A amizade na velhice é mais necessária do que nunca para evitar o isolamento social e fomentar a motivação e o entusiasmo.
Escrito e verificado pelo psicólogo GetPersonalGrowth.
Última atualização: 15 de novembro de 2022
A amizade na velhice é um pilar essencial para o bem-estar da pessoa. Nesta fase da vida, os laços sociais continuam a ser importantes, se não decisivos: podem ser tão necessários como na adolescência. A companhia, o incentivo, a cumplicidade, a confiança, o carinho e a proximidade são autênticos nutrientes para os idosos.
Para entender a importância desse vínculo na velhice, basta pensar que uma das principais fontes de tristeza para um idoso é o isolamento social. Sabemos que a solidão dificulta a vida, deprime e embota a vontade de viver. Infelizmente, de fato, a solidão e a velhice muitas vezes andam de mãos dadas.
Uma pessoa idosa que perdeu o cônjuge não tem escolha a não ser aceitar a situação e seguir em frente. Mas a ideia de que os idosos não podem evitar a solidão é certamente uma forma de discriminação e uma distorção cultural que precisa ser corrigida. Desfrutar de uma excelente qualidade de vida é um direito humano em qualquer idade e não se acostume com a solidão indesejada.
Tennessee Williams disse que a vida é, em grande parte, o que fazemos com os amigos que escolhemos. Estabelecer conexões ao longo da vida dá sentido, impulso e sentido às nossas vidas, essenciais em qualquer idade.
A amizade na velhice é tão importante quanto a medicação
À medida que crescemos e progredimos na vida, aprendemos muito sobre amizade. Não surpreendentemente, aos 20, administramos as amizades de maneira diferente do que aos 60.
Dia a dia, aprendemos sobre o ser humano e as relações e também descobrimos quem merece nosso carinho e quem é melhor deixar para trás. Tornamo-nos mais seletivos e sabemos exatamente o que queremos.
Muitos idosos chegam à terceira idade com uma rede familiar mais limitada ou menos acessível. À perda do cônjuge soma-se o ninho vazio, não ter filhos, irmãos, netos por perto... O isolamento social é uma sombra que paira sobre os idosos, o que só pode ser evitado graças aos amigos.
A importância das visitas de vizinhos ou serviços sociais é indiscutível, mas são desprovidas de carga emocional. Os serviços de apoio são úteis e oferecem muitos benefícios, mas não podem substituir um amigo que dá esperança.
A amizade na velhice deve ser de qualidade, íntima e significativa para ter um impacto real.
Vínculos de amizade melhoram a saúde mental mais do que vínculos com parentes
O Departamento de Gerontologia da Universidade da Carolina revela em um estudo que amigos desempenham um papel essencial para atingir a velhice. Isso porque eles têm um impacto mais forte no bem-estar psicológico do que a companhia de parentes.
Por quê? É verdade que um pai ou uma mãe ama seus filhos e seus netos; no entanto, eles nem sempre podem ser contados. Ter um círculo de amigos significa socializar, sair de casa, fazer planos a curto e longo prazo, compartilhando preocupações, tristezas, alegrias, confidências, etc.
Todas essas dinâmicas da vida cotidiana estimulam o cérebro e geram emoções positivas. A amizade na velhice é, portanto, um pilar indispensável, quase tanto quanto a família.
A amizade na velhice torna você independente e promove o bem-estar
Chegar à terceira idade no ciclo da vida não significa perder a vontade de viver e o entusiasmo. Algumas rugas no rosto não saciam o desejo de experimentar. Infelizmente, o preconceito etário e os preconceitos em torno dos idosos distorcem a imagem que se pode ter desta fase da existência.
Muitas pessoas chegam aos sessenta ou setenta anos com várias necessidades sociais inesperadas, que podem levar ao isolamento, insatisfação existencial e depressão. Felizmente, tudo isso pode mudar construindo amizades significativas e inspiradoras.
Em muitos casos, a chegada dessa fase pode se tornar um momento para aproveitar mais do que nunca. A companhia de outras pessoas da mesma idade e na mesma situação pode incentivá-lo a empreender novos projetos.
Isso, em muitos casos, possibilita atender às expectativas e vivenciar experiências não realizadas na juventude por diversos motivos.
As mulheres gostam muito mais de se cercar de amigos
O fato de as mulheres mais velhas gostarem mais de amizades na velhice tem uma explicação. Primeiro, a expectativa de vida é maior para as mulheres, então elas são mais propensas a ficarem sozinhas. A proximidade de outras pessoas, principalmente amigos da mesma idade, afeta diretamente sua saúde física e psicológica.
A amizade na velhice é feita de alianças cúmplices, satisfatórias e necessárias na dimensão cotidiana. Da mesma maneira, é uma excelente forma de prevenir o isolamento social e melhorar a qualidade de vida.
É claro que um aspecto não deve ser esquecido: nossa sociedade deve facilitar essas dinâmicas. A comunidade deve proporcionar espaços de encontro para os idosos, bem como atividades de incentivo à participação, com objetivos de curto e longo prazo.
Em um futuro em que a sociedade envelhecerá cada vez mais, certamente precisamos dessas grandes mudanças.