A vertigem da falta de amor, quando tudo acaba

A vertigem da falta de amor, quando tudo acaba

O que é falta de amor? Como isso afeta a esfera emocional de uma pessoa? Uma viagem para um sentimento semelhante à vertigem e difícil de aceitar.

A vertigem da falta de amor, quando tudo acaba

Última atualização: 28 de janeiro de 2022

Aquela descida em que se tem medo de experimentar a solidão mais profunda, que não pode mais ser derrotada pela esperança. Aquela sensação excruciante de vazio que faz desaparecer o vínculo íntimo que você tinha com o mundo. O desafeto é aquela vertigem aterrorizante que desmorona a idealização do ente querido. Como mostrado no famoso filme The Woman Who Lived Twice de Alfred Hitchcock.



A falta de amor gera uma vertigem devido ao fato de o parceiro cair do topo da felicidade perdida, sem que nada possamos fazer para impedir. Não há barreiras ou pára-quedas para manter intacta a antiga sensação de paz e equilíbrio. Qualquer segurança na relação é desmantelada, fazendo-nos perder o equilíbrio. Apenas o que acontece com o protagonista do filme de Hitchcock.

Diante dessa situação, as pessoas continuam fugindo ou mantêm uma estrutura ideal que assegura a idealização do amado, uma pessoa que acaba existindo apenas como criação, na imaginação.

O amor é em si uma criação da nossa imaginação, do que gostaríamos que fosse.

A falta de amor às vezes causa uma recusa em se render à realidade, mas quando surge o desafeto, não há solução para o trauma da separação. A dor não pode mais ser transformada em magia. Com essa vertigem, tudo acaba.

A vertigem excruciante da falta de amor

Certamente você também preferiria esquecer, de uma vez por todas, uma história de amor que terminou mal. A tontura aparece quando você percebe que existe um bloqueio que não pode ser superado. A falta de reciprocidade, por exemplo, ou de intriga ou mistério, assim como cansaço ou mesmo uma profunda decepção.



A morte do amor: reconhecendo que o outro nunca foi o que você pensou que fosse. Aquele amor sonhado e correspondido era, por outro lado, uma ilusão estúpida, marcada por mentiras e continuada com máscaras vulgares. A sensação de vazio torna-se viva, de uma relação em que o outro é agora como um estranho. Tudo desmorona e perde o sentido. E onde você costumava ouvir o batimento cardíaco, agora você percebe um eco. Que é precisamente, o estrondo de algo que soa vazio.

Quando isso acontece, há uma ferida aguda e profunda no coração, uma ferida que é impossível de fechar e que deixa inerte. Eventualmente, você conseguiu ver seu parceiro como ele realmente é, sem usar o filtro da idealização. O caminho tomado em conjunto parece plano, inútil, sem sentido.

Um desafeto que é vertigem porque você cai do alto de sua imaginação, mas nunca encontra um terreno para parar a queda. E depois a dúvida, aquele questionamento se tudo acabou ou se, pelo contrário, nunca começou.

Todo mundo gosta de sonhar acordado, construir uma projeção de amor em sua mente. Às vezes porque a realidade é insuportável, devido a um trauma ou uma grande decepção sofrida. Antes de enfrentar aquela vertigem que vem com todas as suas forças, tentamos dar as costas ao passado. Mas a realidade não pode ser superada tão rapidamente e, com o tempo, essa página de memórias se transforma em fantasia.

Nesta idealização do outro, imaginado sem defeitos ou lados obscuros, sustentam-se casamentos e ilusões de amores platônicos, histórias que não podem terminar e que acabarão por retomar o seu caminho. Às vezes são criados tantos cenários que você perde o contato e o senso de realidade, o que poderia ter sido maravilhoso. Talvez ao lado daquela pessoa que te amou, te mimou e que nunca te abandonaria.



O verdadeiro amor está enraizado na realidade, não na imaginação

Claro que o amor precisa de magia, olhares e silêncios. Não se alimenta apenas do que se diz explicitamente, à luz do sol, da normalidade que pode se tornar previsível e chata. Às vezes as palavras são a mola de uma realidade temida e atrasada, de algo que teve que ser trazido à luz e que ficou escondido, como uma espécie de tesouro interior.

Cada história de amor é diferente. E, se você acha que o seu é 90% o que você sempre imaginou, bem, você tem um problema. Há histórias que conseguem superar essa atitude quase infantil, conseguindo crescer e amadurecer em algo muito mais sólido e duradouro. Partem da imagem, mas conseguem abandonar a tão desejada e sonhada idealização, finalmente abraçando a realidade, tão imperfeita quanto especial e incontrolável.


Mas esse resultado só pode ser alcançado se você tiver a coragem de descer do cume da sua imaginação, renunciando parcialmente às suas expectativas. E, este é um passo muito difícil de tomar.

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