Gravidez: amar alguém que você ainda não conhece

Gravidez: amar alguém que você ainda não conhece

Gravidez: amar alguém que você ainda não conhece

Escrito e verificado pelo psicólogo GetPersonalGrowth.

Última atualização: 15 de novembro de 2021

Gravidez: nove meses durante os quais um cordão umbilical une dois corações, dois mundos, num só. Acontece uma coisa maravilhosa e, ao mesmo tempo, pouco conhecida: acredite ou não, nossas emoções podem atravessar a barreira protetora da placenta e acariciar nosso filho.


É curioso como, durante a gravidez, as famílias se preocupam em comprar berços e roupas e verificar se a mãe mantém uma alimentação correta; mas e se a mãe sofre de estresse? Segundo muitos estudiosos, geralmente não nos preocupamos com a esfera emocional da mãe, o que afeta o desenvolvimento do feto.


A gravidez é mistério e esperança: implica amar alguém cujo rosto ainda não conhecemos. É imaginar sua risada e a cor de seus cabelos, enquanto acariciamos sua forma através da pele de sua mãe, já transmitindo a ele nosso sincero carinho.

Vivette Glover é especialista em psicobiologia perinatal pelo Imperial College London, para ser mais exata ela é uma pioneira da "Educação Emocional do Útero Maternal", um ramo de grande interesse e importância que desejamos compartilhar com você.

A importância das nossas emoções durante a gravidez

Até recentemente, acreditava-se que o mundo emocional da mãe não afetava o desenvolvimento do feto. Isso está errado: pesquisas como as publicadas na revista “New Parents Support” nos dizem que que a "concha intrauterina mágica" é muito receptiva às emoções, especialmente durante o quarto mês.

A mídia, a sociedade e a família costumam exaltar a beleza da gravidez. No entanto, na realidade, raramente nos ensinam a importância de sermos capazes de estabelecer uma conexão corporal e emocional com o feto, num contexto onde as emoções influenciam o seu desenvolvimento.



Quando as emoções vão além da placenta

A própria Vivette Glover, juntamente com especialistas em Gestalt-terapia, destaca a importância de cuidar da mãe como um todo. Ultrassons e exames de sangue não são suficientes, também é necessário cuidar de seu estado emocional.

  • Dr. Glover realizou um estudo de 14000 mulheres grávidas, em que seu nível de ansiedade e estresse foi medido. Eles foram seguidos pelos próximos 5 anos, para ver também como as crianças cresciam e amadureceram.
  • Aconteceu que se as mães sofriam de um alto nível de estresse, as crianças tinham duas vezes mais chances de serem diagnosticadas com hiperatividade.
  • Quando a mãe está em uma situação estressante, o hipotálamo libera um hormônio chamado CRH, que por sua vez faz com que as glândulas supra-renais secretem cortisol.
  • A placenta funciona como um filtro e o cortisol, detectado como “tóxico”, geralmente não passa por essa barreira. Nós iremos, se os níveis do hormônio CRH estiverem muito altos, acaba atravessando a placenta, afetando diretamente o feto e colocando-o "em alerta". É importante levar isso em consideração.

A educação emocional das crianças não começa quando elas vêm ao mundo, mas no útero.


  • Reformulação de alguns conceitos: com certeza você já ouviu mais de uma vez "o importante é a criança, é preciso fazer todos os sacrifícios". O bebê é importante, mas também é preciso cuidar da “cobertura”, principalmente daquele coração que lhe dá vida: a mãe.
    • Cada mãe vivencia a gravidez à sua maneira: há mulheres que não esperavam engravidar, outras que enfrentam a gravidez após terem sofrido algum aborto no passado. É preciso considerar cada caso, ter consciência de nossa realidade particular e enfrentá-la com força e muito apoio.
    • Desacelere, priorize-se, cerque-se de estímulos positivos: mude o ritmo dos seus dias e foco no presente, fortalecendo a união com seu parceiro, proporcionando-lhe momentos agradáveis, enchendo-o de esperança e lidando com as mudanças em seu corpo normalmente.
    • Experimente novas terapias: Atualmente, muitos cursos de educação emocional são dados durante a gravidez. Da mesma forma, pratique mindfulness, ioga ou massagear a barriga enquanto ouve música em momentos de calmaria são atividades que podem trazer benefícios para mães e fetos.
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