Individualismo na relação de casal

Individualismo na relação de casal

Embora seja aconselhável manter um certo individualismo na relação, há quem o leve ao extremo. São pessoas que buscam apenas a própria felicidade e que exploram os outros.

Individualismo na relação de casal

Escrito e verificado pelo psicólogo GetPersonalGrowth.

Última atualização: 15 de novembro de 2022

“Você na sua casa e eu na minha. Você organiza que eu já tenho meus planos. Se você tiver problemas, resolva-os você mesmo e não espere que eu os resolva para você”. O individualismo na relação de casal é um fenômeno cada vez mais comum e muitas vezes desencorajador.



É verdade que é sempre bom manter a independência, um espaço dentro de uma relação afetiva. No entanto, parece que os relacionamentos chegaram a um extremo onde o individualismo saudável facilmente resulta em egoísmo prejudicial, em que se busca apenas o próprio bem-estar.

Os extremos nunca são bons, mas parece que esses dois pólos se afastaram ainda mais nos últimos anos. Psicólogos e sociólogos definem "super solteiros" como aqueles que procuram satisfazer apenas suas próprias necessidades.

Longe de estabelecer um vínculo maduro, adulto e consciente, buscam apenas a própria felicidade, mostrando que têm um ego quase infantil.

Manter um certo individualismo em um relacionamento é saudável até chegar ao ponto em que o outro se torna apenas uma ferramenta para usar quando nos convém.


Individualismo na relação de casal: por que ocorre?

O individualismo no relacionamento não seria um problema se ambos os parceiros vissem as coisas da mesma maneira. É verdade que todos são livres para construir o tipo de vínculo que quiserem, desde que a outra pessoa concorde. Neste caso estamos falando de poliamor, casais de fim de semana e outras modalidades que só são recompensadoras quando são consensuais.



No entanto, às vezes nos encontramos em situações que não havíamos previsto ou imaginado. Começamos um relacionamento com alguém que, por exemplo, sempre encontra desculpas para não morar junto.

São pessoas que levam em conta apenas seus problemas, seus pontos de vista e suas necessidades. São homens e mulheres que não dão importância aos sentimentos dos outros porque apenas suas emoções importam.

Alguns dizem que os casais deveriam criar um trailer – como nos filmes – para saber com antecedência se vale ou não a pena começar esse relacionamento. Porque ter um parceiro individualista é viver com alguém com uma clara tendência a decidir e agir sem pensar ou considerar os outros.

Super solteiro: não quero responsabilidade

Antes de prosseguir, gostaríamos de salientar mais uma vez que o individualismo, quando exagerado, é benéfico em um relacionamento.

Integrar seus próprios espaços com os de seu parceiro para criar um "nós" satisfatório e saudável, em que ambos ganham sem perder sua identidade, é a melhor escolha. Quando se trata de super solteiros, o individualismo atinge extremos indesejáveis:

  • O egoísmo também se manifesta do ponto de vista sexual. Homens e mulheres individualistas só se preocupam consigo mesmos quando se trata de desfrutar do sexo.
  • Quando surgem dificuldades, elas desaparecem e evitam toda responsabilidade. A obrigação de resolver os problemas é da exclusiva responsabilidade do parceiro.
  • O individualista quer uma vida fácil e tenta apenas satisfazer suas necessidades imediatas. Ele mostra pouca tolerância diante da frustração, sente-se sobrecarregado por bobagens e não sabe nem quer compartilhar preocupações, tarefas ou planos.
  • O individualismo no relacionamento também se manifesta em não querer fazer planos futuros. Essas pessoas preferem se concentrar no presente em vez de pensar no futuro.

Individualismo na relação e amor líquido

O individualismo põe em risco o relacionamento quando a satisfação de suas necessidades se torna prioridade máxima, a qualquer momento e em qualquer circunstância. São relacionamentos em que há apenas um "eu" e nunca um "nós". Esse retrato se encaixa perfeitamente na teoria do amor líquido enunciada pelo sociólogo Zygmunt Bauman.



Os modelos da sociedade de consumo também afetam a forma como interagimos. É como se as pessoas hoje se ligassem à mesma dinâmica usada para comprar um item: buscar o impulso momentâneo e a adrenalina das endorfinas e da dopamina.


O parceiro se transforma em um produto bom desde que satisfaça as necessidades. No momento em que ele pede demais ou não oferece um nível satisfatório de prazer e bem-estar, ele opta por terminar o relacionamento.

Individualismo em um relacionamento significa escapar da tarefa delicada, mas recompensadora, de construir um vínculo afetivo. Quem procura apenas satisfazer suas próprias necessidades não faz nada além de fugir de tudo que envolve esforço.

O compromisso e o individualismo no casal podem coexistir?

O individualismo não é uma característica dos millennials ou do século XNUMX. Na verdade, é um comportamento que vem se desenvolvendo discretamente nas últimas décadas.

Os baby boomers, a geração nascida entre os anos 50 e 65, já apresentavam um caráter mais independente e menos condicionado por laços familiares, senso de dever e conformidade.

Tudo isso, sem dúvida, permitiu e consolidou muitos dos avanços sociais que desfrutamos hoje. No entanto, às vezes essa trilha é levada ao extremo até chegar ao mais puro egoísmo e no materialismo narcísico de quem leva em conta apenas a si mesmo e suas necessidades.


O estudo realizado pela Universidade de Notre Dame indica que individualismo e compromisso mútuo podem e devem coexistir.

Significa ter a capacidade e a vontade de criar um espaço comum para cuidar uns dos outros, mas sem perder a identidade. Só assim podemos construir um "nós", garantindo que o "eu" não desapareça completamente.

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