Existe um tipo de atração que vai além do aspecto físico: surge do afeto e da cumplicidade cotidiana. É aqui que começamos a compartilhar interesses e hobbies com alguém, criando um vínculo feito de valores, sonhos e paixões... Aqui, quase sem perceber, nasce o amor.
Escrito e verificado pelo psicólogo GetPersonalGrowth.
Última atualização: 15 de novembro de 2022
A lei da atração centrada no afeto foi definida pelo psicólogo Donn Byrne Nos anos oitenta. De acordo com esse modelo, um dos fatores por trás de se apaixonar é o compartilhamento de interesses, valores e hobbies.
Dentro desses espaços feitos de emoções e paixões entrelaçadas, aos poucos vão surgindo os mais sinceros afetos e atrações; estabelece-se assim um vínculo especial.
Sabemos que o amor é um sentimento fundamental para o ser humano. No entanto, ainda hoje, lutamos para entender como ela se manifesta, por que e quais fatores a regulam. Campos como neurociência, psicologia, biologia ou antropologia tentam há décadas nos dar uma explicação.
Deve-se admitir: o amor é um mistério psicológico, primitivo, mágico, espiritual e até governado por acaso. Inúmeras teorias tentam descrever as várias formas de amar.
Existem relacionamentos apaixonados e obsessivos, aqueles baseados na intimidade e na amizade; existem os amores interessados, os baseados no compromisso e os que compõem cada uma dessas dinâmicas.
Depois, há um amor familiar para muitos de nós: aquele em que o afeto surge através do contato diário, onde a cumplicidade cria raízes e uma rede de confiança em que crescem a lealdade e a honestidade emocional.
“No início, todos os pensamentos pertencem ao amor. Afinal, o amor pertence aos nossos pensamentos”.
-Albert Einstein-
Lei da atração focada no afeto
Quando se trata de padrões de atração nas relações interpessoais, é fácil pensar na importância que a aparência física pode ter.
A atração física é muito poderosa e gera uma sensação agradável da qual é difícil escapar. No entanto, sabemos que há sentimentos e emoções que vão além das aparências.
A lei da atração centrada no afeto enunciada por Donn Byrne, um conhecido psicólogo social que também é especialista no campo da personalidade, nos fala de uma dimensão mais profunda, delicada e interessante do ponto de vista psicológico.
Em um de seus estudos, realizado na Universidade do Texas, Byrne nos mostra que fatores como reciprocidade, contato diário, interesses compartilhados e crenças comuns podem gerar afetos intensos e sinceros.
Isso significa, por exemplo, que nos apaixonaremos mais cedo por um colega ou colega de classe que vemos todos os dias, em vez de uma pessoa que conhecemos por acaso? A resposta é: nem sempre.
Para que a atração surja, deve haver vários fatores. Não é por acaso que não sentimos nada por muitas pessoas com quem compartilhamos tempo e hobbies. Nos parágrafos seguintes listamos os fatores contemplados na lei da atração centrada no afeto.
Fatores comportamentais
Todos nós crescemos e vivemos em cenários onde interagimos com um certo número de pessoas. O contato diário nem sempre desencadeia atração ou afeto.
Estes, de fato, aparecem apenas para certas pessoas cujos comportamentos de repente parecem positivos e atraentes para nós.
- Alguns comportamentos são mais agradáveis. Exemplos incluem senso de humor, sociabilidade, proximidade, habilidades sociais, etc.
- Também atrai a propensão para comportamentos que aumentam nosso bem-estar. Por exemplo, seríamos mais atraídos por aqueles que oferecem ajuda ou cuidam de nós.
- Compartilhar seu tempo cria a magia do vínculo. Perseguir os mesmos hobbies e criar um ambiente em que nos sentimos úteis e especiais é sempre muito positivo.
Fatores emocionais na lei da atração centrada na afeição
A partir dessas interações cotidianas com a pessoa com quem compartilhamos o tempo e as atividades comuns, ativa-se uma série de mecanismos emocionais que alimentam a intensidade do vínculo. Entre estes:
- Empatia. Alguns relacionamentos começam com uma amizade. Com o tempo, porém, cria-se uma conexão emocional em que muitas vezes basta um gesto para saber como a outra pessoa está se sentindo ou o que a preocupa.
- Alguns casais experimentam uma espécie de "magnetismo", que é uma atração da qual são imediatamente vítimas. A lei da atração centrada no afeto não cobre esse tipo de atração. Vice-versa, o amor cresce lentamente da confiança que se cria no dia-a-dia, a partir da lealdade e da honestidade.
Como interpretamos cada sensação vivida
A lei da atração centrada no afeto também nos lembra que às vezes o amor não vem do que uma pessoa faz por nós. O que realmente importa é como isso nos faz sentir. Da mesma forma, dividir espaços ou cuidar de alguém nem sempre acende a chama da atração.
Aspectos tão diversos quanto complexos entram em jogo: cognitivo, de personalidade, emocional, etc. Mesmo aqueles que muitas vezes não têm uma explicação clara. Carl Jung chamou isso de química. Há pessoas com quem experimentamos certas emoções, enquanto com outras não. É uma alquimia agradável e misteriosa ao mesmo tempo.
Como podemos ver, a lei da atração centrada no afeto explicaria muitos aspectos do amor. Muitas experiências que marcaram nossa vida e que nunca conseguimos entender.