Última atualização: 03 de dezembro de 2015
Não acredito em amor ideal, prefiro acreditar naqueles amores inexplicáveis que te agarram e te envolvem com sentimentos intensos e tumultuosos. Naqueles começos apaixonados sobre os quais construir um amor real e diário.
Todos nós temos uma ideia clara do que é o amor ideal para nós. Atribuímos a essa imagem física uma enorme quantidade de valores, de características que beiram a perfeição e onde seguramente reside a felicidade.
Sonhar não é ruim, serve para nos injetar parte desse entusiasmo que todos nós precisamos para atravessar este mundo tão complexo e às vezes difícil.
Quando você pensar no amor de que precisa, porém, faça-o com os pés no chão e a mente aberta.
Não se fixe em ideais completamente alheios à realidade povoada por pessoas autênticas. Porque não existem amores perfeitos, mas virtudes e defeitos que podem ser harmonizados com as próprias necessidades e deficiências.
Não vá em busca de um amor ideal, mas se comprometa a construir um amor real e consciente. Convidamos você a refletir sobre isso.
Os pilares que constroem relacionamentos conscientes
Você pode ter ouvido falar de relacionamentos conscientes. Eles são por assim dizer o oposto do amor romântico ou imprudente.
Sabemos que muitos podem se sentir desconcertados pelo fato de lançarmos uma escavação no conceito de amor romântico, mas essa imagem na verdade contém uma série de dimensões extremamente perigosas para nosso equilíbrio emocional:
- O amor romântico implica a idealização da pessoa amada e a construção de alguns atributos que não correspondem à realidade.
- Romantismo ou amor ideal é o reflexo do apego mais perigoso, da necessidade de ter e "possuir" o outro como única forma de ser feliz.
- O verdadeiro amor não significa que você não pode demonstrar carinho e atenção, trata-se de construir um amor consciente através de um relacionamento saudável onde não há necessidade de subjugar o outro, ou se apegar obsessivamente à outra pessoa.
O segredo seria construir laços que funcionem, que sejam harmoniosos com nós mesmos e em que o crescimento pessoal e com o parceiro sejam respeitados.
Vamos descobrir juntos como você pode encontrar e construir um relacionamento emocionalmente maduro e consciente:
1. Não procure, primeiro transforme-se naquela pessoa que vale a pena estar junto
Não fique obcecado com a ideia de se dedicar à busca desenfreada da pessoa ideal, a pessoa perfeita:
a vida é um aprendizado contínuo em que tudo conta, onde cada relacionamento passado deixa uma experiência vivida e uma memória que, no final, faz parte de você, mas não é decisiva. Seus eventuais fracassos não te definem, mas te "ensinam" a seguir em frente com mais confiança.
- Não se trata de tentar, mas de deixar ir, sempre prestando atenção na sua autoestima, tendo claro o que deseja e se afastando de tudo que possa nos prejudicar.
- Trabalhe em si mesmo todos os dias, cresça interiormente, aproveite quem você é, a pessoa que se reflete no espelho. Sua felicidade interior, seu equilíbrio e sua maturidade emocional são o maior presente que você pode dar ao parceiro que o acaso lhe apresentará.
Para construir um amor real e consciente, você deve primeiro se tornar aquela pessoa com quem vale a pena viver toda a sua vida, sempre lembrando que o amor verdadeiro não vem "como por mágica". O amor genuíno deve residir em você, e são necessários dois para trabalhar nele todos os dias.
2. Trabalhe seu equilíbrio pessoal e emocional
É provável que seu coração já tenha enfrentado um ou mais relacionamentos fracassados, bem como alguma ferida que ainda não cicatrizou.
- Após um fracasso ou um rompimento, é essencial recuperar o vínculo com nós mesmos.
Com o que somos, com nossas necessidades e nossa voz interior. Você passou muito tempo concentrando todas as suas energias em outra pessoa, é hora de se priorizar.
- Supere seu medo de ficar sozinho ou ser abandonado. É importante aprender a ficar sozinho sem considerá-lo um aspecto traumático.
- Fazendo tudo isso, recuperando sua auto-estima, amor por si mesmo e essa união com sua pessoa, passando a se sentir bem por quem você é, pelo que tem e pelo que aprendeu, você será capaz de desviar sua atenção das lacunas, das deficiências e das necessidades que, de alguma forma, espera que os outros resolvam.
Você não precisa se dar aquela nova pessoa que acabou de entrar em sua vida como a "soma de todos os seus relacionamentos anteriores". Ofereça-se como alguém emocionalmente maduro, que aprendeu com suas experiências e que agora se envolve em liberdade e sem grandes encargos, para construir um amor real, pleno e sobretudo corajoso.
3. Apaixonar-se é fácil, mas construir um amor verdadeiro exige esforço
Há amores que chegam de repente e que nos incomodam. São, como dissemos no início do artigo, amores inexplicáveis.
Não é necessário insistir em como eles chegaram, o importante é que, dia após dia, uma relação se estabeleça em harmonia com respeito, o equilíbrio de forças, com aquela cumplicidade que nos permite emocionar e entender.
Construir o amor consciente requer a vontade de ambos os lados, sabendo encaixar “as minhas arestas com as suas”, aprendendo a valorizar todas as diferenças, não apenas o que elas têm em comum.
Lembre-se: pare de procurar o amor ideal ou perfeito. Somos todos seres imperfeitos que se esforçam todos os dias para construir uma vida perfeita. E isso é o importante.
