A estabilidade do relacionamento do casal também pode ser comprometida pelas famílias de origem.
Última atualização: 03 de julho de 2022
Quando a família interfere no relacionamento do casal, o cenário é consideravelmente complicado. Você se verá enfrentando situações para as quais pode não estar preparado. Entre outras coisas, você entenderá que escolher um parceiro também significa aceitar sua família.
O problema obviamente não é novo. Se chega um momento em que as famílias interferem no relacionamento do casal, os conflitos, os embates e as divergências tornam-se recorrentes.
Além disso, como vários estudos revelam, três em cada quatro casais têm sérios problemas com seus sogros. Além disso, 60% das mulheres têm experiências muito difíceis com a mãe de seu parceiro ou marido.
“Todas as famílias felizes são iguais; cada família infeliz, por outro lado, é infeliz à sua maneira”.
Lev Tolstoy
Conflitos com sogros
O famoso filme de Stanley Kramer, Adivinhe quem vem para o jantar, conta os enormes conflitos e preconceitos que os pais de uma menina branca demonstram em relação ao seu futuro cônjuge, um homem negro.
Os pais acham que educaram seus filhos com perfeição, que lhes transmitiram valores e indicações sobre como enfrentar a vida e como se portar. Muitas vezes, porém, são escolhidos parceiros que nunca atendem plenamente às expectativas da família.
O problema está no fato de que muitos pais não veem seus filhos como pessoas livres, capazes de escolher seus próprios caminhos, incluindo objetivos de carreira ou namorados. Eles os veem como extensões de suas vidas nas quais projetam uma série de ideais.
Então, quando eles começam um relacionamento, isso vem à tona a sombra da decepção, o resultado do sentimento de fracasso que se torna um sentimento de culpa por não ter feito "todo o possível" para evitá-lo.
Quando a família influencia o relacionamento, se o problema não for abordado abertamente, os fundamentos do relacionamento podem vacilar.
Quando a família não aceita o parceiro
Como disse Oscar Wilde, nada é tão secreto e misterioso quanto aquela casa cujas cortinas impedem de ver o que está acontecendo lá dentro.
Certamente existem pais com inteligência emocional saudável que serão capazes de entender seu papel, ficando à margem do relacionamento e fazendo de tudo para sustentar o romance que os filhos demonstram querer continuar.
Mas nem sempre é assim, infelizmente. A afeição familiar pode se tornar tóxica, excessivamente intrusiva e até mandona. Muitas vezes você inicia um relacionamento sem ter em mente que, além do parceiro, também terá que cuidar da família dele.
E é aí que surgem as rivalidades mais venenosas e as dinâmicas mais desfavoráveis. Porque além da clássica relação difícil e complicada com os sogros, pode-se somar a rivalidade entre irmãos, o julgamento de alguns primos, sem esquecer dos tios, cunhados, avós, muitas vezes críticas e que gostam de semear discórdias.
A família deve, portanto, ser entendida como um microcosmo repleto de múltiplos significados e dinâmicas. Às vezes nos chocamos com parentes mais velhos que tentam manter sua posição de autoridade ou com mães acostumadas a comportamentos passivo-agressivos.
Pode haver atrito sobre como criar um filho, opiniões divergentes sobre religião ou política. Sem esquecer que para a família do parceiro nunca seremos “suficientes”.
Quando isso surge e ataca, o relacionamento começa a sofrer e se desestabilizar. Quando a família influencia o relacionamento do casal e os limites da privacidade são ultrapassados, será necessário intervir.
O que fazer quando a família interfere no relacionamento do casal?
Há quem prefira decisões extremas, colocando o parceiro de costas na parede e forçando-o a escolher. Outros tomam partido de uma das partes, favorecendo confrontos reais.
Outros ainda preferem o silêncio e o desapego, aceitando ser o centro de todas as queixas, o fantoche que tudo suporta por amor ao parceiro.
Mais cedo ou mais tarde, todos eles essas situações vão acabar influenciando o relacionamento a ponto de desencadear uma dinâmica triste e decepcionante. Para evitar tudo isso, é aconselhável recorrer a algumas estratégias:
- Comunique-se com seu parceiro. Cada problema deve ser tratado diretamente. O que diz respeito a um, diz respeito ao casal. Evite críticas, enfrentando a realidade sem cair em desprezo ou ofensa.
- A situação de cada família é particular. A partir dessa ideia, é preciso distinguir entre o que é aceitável e o que não é, entre o que é compreensível e o que se torna abuso.
- Definir limites compartilhados pelo parceiro. Eles serão sobre o que você aceita e o que você não está disposto a permitir. Deve haver consentimento total entre o casal, mas o mais importante é impor limites válidos para ambas as famílias que servirão para proteger o casal.
- Destaque o que dói ou preocupa na frente de quem te critica, como sogra, cunhado ou outro membro da família. Graças à assertividade, eles entenderão o impacto negativo de seus comportamentos e que ultrapassaram os limites do casal. Isso também ajudará a fortalecer o relacionamento.
conclusões
Nem sempre é ruim quando a família interfere no relacionamento do casal. Às vezes isso é essencial para superar e resolver momentos de crise, ajudando marido e mulher a se reconectarem e refletirem.
Por outro lado, se a influência for negativa, é importante estabelecer uma estratégia com o parceiro. Desta forma receberemos o seu apoio e muito provavelmente a relação sairá fortalecida desta experiência, travando e superando qualquer conflito.
Quando a família interfere no relacionamento do casal, converse com o parceiro e estabeleça uma estratégia em conjunto para poder agir de forma eficaz.