Adotar uma criança representa uma grande oportunidade para quem não pode ter filhos naturalmente. É uma forma diferente de parentalidade, que estimula a criação de um vínculo pais-filhos tão forte quanto o biológico.
Última atualização: 18 de fevereiro de 2022
Adotar uma criança representa uma grande oportunidade para quem não pode ter filhos naturalmente. É uma forma diferente de se tornar pai que estimula a criação de um vínculo pai-filho tão forte quanto o biológico.
Por outro lado, os procedimentos de adoção partem da decisão dos pais de iniciar uma longa jornada, composta por alguns obstáculos que vale a pena analisar antes de prosseguir.
Os pais adotivos não exercem apenas o papel de tutores; sua generosidade e seu desejo de transmitir amor deixam sua marca na vida. Adotar uma criança significa reconhecer como criança alguém que não o é biologicamente, para formar uma família.
Dúvidas e perguntas
É normal ter dúvidas e medos desde o início deste complexo caminho. A insegurança dos pais adotivos os leva a fazer perguntas e ter sentimentos contraditórios: "Serei um bom pai ou uma boa mãe?", "Serei capaz de fazer você me amar?", "Seremos mesmo uma família?".
Um dos medos mais compartilhados pelos pais adotivos é que seu filho não se sinta amado como um filho biológico; também vai precisar adultos, pais seguros do que fazem, dos seus sentimentos e das decisões que tomam para se sentir realmente seguro. Ele não precisa de pais cheios de dúvidas, mas que enfrentem esse momento com serenidade.
Adotando uma criança: 4 pensamentos para fazer
De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, a adoção não é uma solução para um problema de fertilidade ou um desejo de paternidade, mas uma maneira de proteger uma criança a quem foi negada a infância, a respeitar o seu direito de constituir família e a obrigação das administrações de encontrar uma família para a criança.
Adotar uma criança não é uma decisão a ser tomada de ânimo leve
A primeira pergunta que os pais que decidiram adotar devem se fazer é: "Por que queremos adotar uma criança?", "Quais são os motivos ou razões que nos levaram a tomar esta decisão?”.
A partir deste momento, começará uma dura jornada, feita de burocracia, várias fases de avaliação durante o qual os pais terão de provar que são candidatos adequados. Suas vidas serão examinadas, com o único propósito de encontrar a melhor família possível para o menino ou menina. Nesta fase, a ansiedade ou estresse que a situação pode gerar nos futuros pais fica em segundo plano.
Uma premissa é que a adoção é um processo longo e muitas vezes difícil de lidar. Os especialistas que atuam como intermediários nesse processo devem se aprofundar em vários temas, como trabalho, amizades ou a atitude dos pais adotivos pretendidos.
Muitas vezes o número de perguntas, entrevistas ou indagações sobre a própria vida pode parecer excessivo (algo que a natureza não faz quando decidimos ter um bebê). É importante ter paciência e não perder de vista o objetivo: adotar uma criança. Por outro lado, os mediadores habilidosos que lidam com essa atribuição devem ser sensíveis o suficiente para distinguir obstáculos intransponíveis daqueles que podem ser superados com esforço, inteligência e alguns recursos que podem ser utilizados em algum momento.
Prepare-se para entrevistas com antecedência
O forte desejo de ter um filho o mais rápido possível faz com que os futuros pais percebam a espera como infinita. Deve-se enfatizar, no entanto, que os critérios buscados pelos mediadores - por mais injustos e subjetivos que pareçam - baseiam-se em leis estabelecidas por conferências internacionais, que se vistos como um todo possuem uma lógica; especialmente no contexto de incerteza em torno da questão da adoção e da infância.
Durante as entrevistas, são questionados os motivos que levaram à adoção; procede-se então a uma análise da relação do casal, da personalidade dos pais, da sua saúde física e da sua capacidade para consolidar e desenvolver a relação pais-filhos.
Adoção não é obra de caridade
Obviamente, a adoção não é uma obra de caridade! Tanto os pais quanto os filhos adotivos passam por estados emocionais complicados. Trata-se de abordar um projeto juntos, não fazer um grande favor. Sem contar que, em determinado momento, o compromisso de um filho pode representar um fardo considerável.
O desejo dos pais se realiza no momento em que a criança chega em casa. Esta fase tão importante - que não é a última etapa, pois ainda há muito trabalho a ser feito - vem depois de já ter superado alguns obstáculos. Por exemplo, o que já relatamos: suportar com um sorriso que um estranho faça perguntas diretas e muito pessoais.
D'altra parte, l'interest per A adoção deve ser sempre vista na perspectiva da criança. Os pais são importantes, claro. Mas antes de tudo, há o menor; ele tem menos recursos, ele é mais indefeso. Afinal, é ele quem tem direito aos pais, a uma família, e não o contrário.
Enfrentando uma nova vida
Não é fácil prever como o filho adotado se adaptará à sua nova família e novo lar. O conceito de adoção torna-se ainda mais complicado quando falamos de crianças nascidas em outros países, com histórias e experiências de vida que podem influenciar na integração ao novo ambiente.
Ao contrário do que se poderia pensar a princípio, meninos e meninas adotados tendem a se adaptar facilmente, em geral; ou seja, que não apresentam dificuldades profundas a nível pessoal, social, familiar ou escolar, fazendo comparações com os seus pares não adoptados.
Quanto aos novos pais, uma boa solução para tirar todas as suas dúvidas é fazer amizade com outras famílias adotivas e buscar apoio em associações de pais adotivos. É preciso não ter expectativas sobre o período de fixação familiar após a chegada do menino ou menina. É uma fase passageira, na qual se estabelece um vínculo baseado no amor, no respeito e na confiança mútua.
Nem carne nem sangue, é o coração que nos faz pais e filhos.
-J. Schiller-