Escrito e verificado pelo psicólogo GetPersonalGrowth.
Última atualização: 15 de novembro de 2021
Entender que estar confortável consigo mesmo é melhor do que estar confortável com todos é sinônimo de saúde e bem-estar. É como o ensinamento que você adquire depois de uma longa jornada, onde gradualmente deixa para trás certas situações para continuar mais leve, livre de pesos na mochila e pedrinhas nos sapatos. É um despertar que nos permite levar a vida com maior integridade.
Embora em teoria pareça fácil de entender e pareça dar muitas ideias para um livro sobre crescimento pessoal, deve-se dizer que na prática estamos muito errados. Para entender melhor, oferecemos um pequeno exemplo para reflexão.
Imaginamo-nos a olhar pela janela para algo que acontece à mesma hora todas as manhãs. Aqui está o nosso vizinho que, como todos os dias, leva o seu pequeno bonsai para apanhar sol regularmente. Cuida dela com atenção e dedicação obsessiva: poda-a, rega-a, nutre-a... poderíamos dizer que também lhe dá carinho.
"Quando você se ama e se respeita, a desaprovação de alguém não é nada a temer ou evitar"
-Wayne W. Dyer-
Chama muito nossa atenção por um motivo específico. Nosso vizinho nunca nos pareceu um homem particularmente feliz, tem um trabalho que não gosta e é a pessoa clássica que tenta se dar bem com todo mundo. Sua necessidade de agradar fez dele um fantoche nas mãos de quase todas as pessoas: familiares, superiores, amigos... Eles puxam suas "cordas" a tal ponto que já começaram a ceder: nosso jovem vizinho já primeira ameaça de ataque cardíaco.
Todos os dias, quando o vemos arrancando seu amado bonsai, nos perguntamos por que ele não dedica a si mesmo a dedicação e o amor que reserva para sua arvorezinha. Nosso próximo certamente deve aprender a se sentir bem consigo mesmo, talvez podando certos relacionamentos, nutrindo sua auto-estima e procurando o calor para recuperar a dignidade, o amor-próprio e o bem-estar...
Estar à vontade consigo mesmo: uma questão de lógica e necessidade
Epicteto disse que “assim como quando caminhamos tentamos não pisar em um prego ou torcer o tornozelo, na vida devemos nos comportar com a mesma atenção”. Ou seja, evitar que os outros nos prejudiquem, não fazer isso aos outros e nos protegendo sabiamente de todos os males. No entanto, às vezes não, nos descuidamos, nos traímos. Esquecemos que não é saudável deixar de nos sentir bem consigo mesmo para priorizar os outros.
Talvez subestimemos o fato de que tentar agradar a todos adiando nossas necessidades não é lógico nem recomendável. Além disso, é um preço muito alto o que pagamos quando deixamos a vida passar nos sentindo mal por uma razão ou outra, sentindo um vazio interior, sendo indecisos e frustrados.
Devemos lembrar que o que é cuidado brota, que o que é defendido e nutrido dá frutos. Devemos entender que em algumas circunstâncias seria necessário deixar de lado os aspectos emocionais e fazer uso da razão. Colocar os sentimentos de lado e lembrar o que precisamos é muitas vezes fundamental.
Sabemos que a inteligência emocional é muito importante, porém em determinados momentos o pensamento mais lógico e racional é o que funciona melhor. A razão? Essa abordagem mental nos leva a tomar decisões firmes para começar a fazer mudanças em nosso benefício.
“Tudo vai ficar bem no final. Se você não está bem, não é o fim"
-John Lennon-
Erich Fromm costumava dizer que as pessoas têm a habilidade hábil de viver em constante contradição. Isso às vezes nos leva a pensar que se os outros estão felizes, então estamos felizes também. Que se dissermos a essa pessoa o que ela quer ouvir, mesmo que não pensemos assim, obteremos sua aceitação e complacência, e isso nos dará bem-estar.
Essas dualidades são destrutivas, são situações de alto custo emocional em que o sentido e a razão devem prevalecer acima de tudo. Se eu não gosto de alguma coisa, eu vou embora. Se discordo, digo. Se você me machucar, eu me defendo. Se não estou feliz, me comporto para ser feliz do meu jeito.
A maneira de se sentir bem consigo mesmo
A maneira de se sentir bem consigo mesmo começa com um senso de equilíbrio. Trata-se de praticar a autossatisfação e nos priorizar em quase qualquer área, momento ou circunstância. O bem-estar mais saudável não leva ao narcisismo, mas a essa convivência saudável em que entendemos que para "ser" devemos também "deixar ser".
Para isso, podemos refletir sobre as seguintes dimensões. Cada um requer uma correta interiorização para ser integrado à nossa vida, com coragem e com adequada solvência psicológica:
- Confiança em si mesmos. Acreditar em nossos recursos internos nos permitirá ser mais competentes na tomada de decisões, avançar sabendo quem entender em nossa vida, o que precisamos em cada momento e como podemos alcançar esses objetivos.
- Aprenda a racionalizar seus pensamentos. Deixamos de nos sentir bem consigo mesmos quase sempre devido a um diálogo interno exaustivo, crítico e negativo, que bloqueia nosso crescimento pessoal. Aprendemos a racionalizar os pensamentos para quebrar os medos e deixar de ser nossos inimigos.
- Seja amigo da vida. Em vez de querer ser "amigos de todos", de querer estar à vontade com todos para se sentir aceito, vamos mudar nossa abordagem. Tentamos ser amigos da vida, receptivos às oportunidades, otimismo, sensação de liberdade, e não complacência e dependência dos outros.
- Descubra o potencial em nós. Quando descobrimos nossos pontos fortes, quando aproveitamos nossas virtudes, habilidades e talentos, tudo em nós se harmoniza. Sentimos a coragem de começar as coisas sem depender dos outros, coisas que nos satisfazem e nos permitem progredir no sentimento de bem.
Para concluir, lembremo-nos de que, quando estamos confortáveis conosco mesmos, o que o acaso nos oferece começa a ter menos importância. Porque temos tanta energia, confiança e otimismo dentro de nós que nada pode parar nossos passos. Não vamos desperdiçar esse valor que está dentro de todos nós.