Última atualização: 08 de julho de 2018
A frustração é uma das emoções mais poderosas com as quais temos que lidar desde a infância e por isso também é uma das mais perigosas. Aprender a lidar com a frustração não é tarefa fácil.
Além de sua intensidade, o que dificulta o controle dessa emoção é que ninguém costuma ensinar aos pequenos como canalizar a energia associada a ela.. Por outro lado, muitos dos pais que se preocupam com ointeligência emocional fe seus filhos são superprotetores ou involuntariamente os impedem. Tornamo-nos adultos sem saber lidar com a frustração.
Mas… na verdade: o que é frustração?
A frustração é uma emoção de valor negativo (é desagradável experimentá-la), mas, como todas as emoções, cumpre uma função específica. A frustração surge de não conseguirmos o que queremos ou esperamos; indica-nos que há uma discrepância entre o que gostaríamos e o que temos, e que isso nos interessa e nos impacta. Está implícita nela uma dificuldade que não conhecemos ou não podemos enfrentar. Em outras palavras, a função última da frustração é despertar nossa atenção e nos fazer reagir.
No entanto, quando a frustração é muito forte e intensa, dificilmente cumpre sua função. Perdemo-nos no mal-estar que gera, por isso apenas o experimentamos, sem prestar atenção ao que ele quer nos dizer. Para evitar isso, aqui estão 5 estratégias úteis para gerenciar a frustração de maneira positiva.
Como lidar com a frustração?
1. Distanciar-se dos eventos
A frustração pode ser muito intensa, e é justamente esse aspecto que pode nos levar a ver os eventos como catastróficos e as situações de forma distorcida. Gerenciar frustração corretamente, você tem que se desapegar dos acontecimentos, adiar decisões e observar a situação com uma “visão aérea”. Essa expressão fornece um excelente exemplo do que você precisa fazer quando fica frustrado, olha para o quadro geral, olha tudo de fora e globalmente.
Uma das melhores maneiras de se distanciar dos eventos é focar nos pontos positivos e negativos globais. Você também pode fazer um pequeno exercício: compare o que aconteceu com você com algo ruim, muito ruim, e depois pergunte a si mesmo: "O que está acontecendo comigo agora é tão ruim quanto o que eu experimentei antes?" Esses pequenos "truques" farão com que sua mente se distancie dos acontecimentos para analisar a situação de uma perspectiva mais objetiva.
2. Sinta a frustração e deixe-a ir
Quando uma emoção nos invade, seja frustração, raiva, tristeza ou alegria, o melhor é vivê-la e depois deixá-la ir. Isso não significa expressá-lo e deixá-lo explodir, mas sim senti-lo profundamente para deixá-lo ir longe. Em outras palavras, quanto mais você tentar não se sentir frustrado, mais você terá o efeito oposto, é o paradoxo da mente humana. Justamente por esse paradoxo, eles acabam desenvolvendo vários transtornos obsessivos que levam a pessoa que tenta não pensar em "X" a pensar em "X, Y e Z".
A mente funciona assim: quanto mais você evitar pensar ou sentir “algo”, mais será. Observar, sentir, sentir e deixar ir são habilidades fundamentais que podem melhorar muito nossa inteligência emocional. Se você quer ser capaz de sentir emoções e deixá-las ir, você pode treinar, por exemplo, com mindfulness ou técnicas de aceitação e compromisso. Todas essas abordagens podem ajudá-lo a reduzir o impacto negativo dessa emoção.
3. Tire algum tempo para se acalmar e então... tome uma atitude
Não há pior conselheiro do que a frustração, embora seja uma emoção muito poderosa com alto efeito proativo, geralmente nos leva a comportamentos que não são corretos e vantajosos, e que são até autodestrutivos. Porque nos leva a atacar ou causar danos ao objeto que causa essa emoção. Em outras palavras, é uma emoção pouco reparadora e vingativa, por isso é necessário evitar agir sob seu efeito.
Quando algo ou alguém nos frustra, precisamos de um momento para nos acalmar. Quando percebemos que a sensação irritante de frustração diminuiu, podemos pensar nos próximos passos a serem tomados ou tomar decisões práticas. Por outro lado, devemos ouvir a mensagem que essa emoção, como todas as emoções, quer nos transmitir. A frustração deve nos servir para agir, ou trabalhar para realizar mudanças internas ou mudar a direção que nos empurra para o que nos causa frustração.
4. Distinguir entre desejos, necessidades e realidades
Parece muito simples, mas não é: diferir entre o que queremos, o que precisamos e o que pode realmente acontecer. A frustração muitas vezes ocorre porque os desejos ("quero que meu chefe me parabenize pelo meu trabalho") se confundem com necessidades pessoais, como reconhecimento, proteção ou aceitação ("preciso que o chefe me valorize") ou com o que realmente pode acontecer tomando em conta as circunstâncias atuais (realidade: o chefe tem todos os tipos de coisas, ele não tem tempo e não reconhece nada a ninguém).
O que queremos pode ou não coincidir com o que precisamos, e tudo isso exigirá certas circunstâncias que podem ser mais ou menos adequadas. Então separe o que você quer do que você precisa e o que as pessoas ao seu redor podem te oferecer. Trata-se de adaptar as suas necessidades à realidade.
5. Avalie se é uma situação para aceitar ou mudar
Se a situação frustrante não tem espaço para mudança, é normal que a emoção aumente de intensidade. Diante dessas situações, o melhor é treinar a aceitação, antes da capacidade de frustração. Explicaremos a diferença com mais detalhes.
Se for uma situação que pode ser mudada, a frustração bem administrada pode se tornar sua aliada. porque funcionará como uma espécie de farol que exige mudanças. Passada a frustração, é hora de se perguntar a necessidade de mudar e como fazê-lo. Se a situação não pode ser mudada e você não tem poder para fazer mudanças, você terá que mudar a direção dos pensamentos que alimentam a emoção e impedem que ela flua até que ela desapareça.
Colocar essas cinco estratégias em prática com sabedoria ajudará a gerenciar melhor a frustração. Dessa forma, você poderá aproveitar ao máximo uma das emoções mais desagradáveis, evitando um confronto direto com ela, que só a amplia exponencialmente.