Última atualização: 22 de abril de 2022
O medo irracional de algo nunca leva ao caminho certo, porque se baseia na insegurança ou em algum trauma passado. Acontece o mesmo quando você tem medo de compromisso.
Pode-se dizer que cada um de nós cria sua própria "bolha de bem-estar", aquela esfera em que tudo é perfeito. O medo aparece no exato momento em que algo ou alguém coloca em perigo essa zona de conforto.
Isso não quer dizer que o outro o faça de propósito ou conscientemente, somos nós que nos sentimos “atacados”. Quando consideramos que algo vai desestabilizar nosso mundo perfeito, ficamos na defensiva, e até certo ponto, faz sentido. Uma mãe faz o mesmo com seu filho para protegê-lo, independentemente da espécie.
Amor como privação
Se considerarmos um relacionamento como uma privação de intimidade, liberdade e autonomia, é compreensível ter medo ou não ser atraído pelo compromisso (quero dizer um namoro formal, uma coabitação, um casamento).
Em vez disso, precisamos entender o amor como um estado em que muito é recebido e dado, do companheirismo ao bem-estar e segurança. Então, o medo do compromisso desaparecerá e será mais fácil incluir essa pessoa na sua bolha.
Seria a situação ideal, mas nem sempre acontece. O medo é uma arma muito poderosa que desequilibra até as pessoas mais organizadas do mundo.
É por isso que se diz que o medo muitas vezes causa insegurança, criada por vários fatores e capaz de causar traumas ou mau humor por anos. Também causa frustração, desconforto e depressão.
Quando não conhecemos nossas habilidades emocionais, tendemos a evitar o que "soou o alarme". Suponha, neste caso, um possível relacionamento amoroso.
Podemos dizer que é uma má adaptação às mudanças, que deve sempre ser entendido como algo positivo.
Uma pessoa que se considera fraca ou frágil usará uma armadura para que ninguém possa tocá-la. Mas o problema é que a ameaça vem de dentro, não de fora.
Características de quem tem medo de compromisso
O medo do compromisso se manifesta na presença de uma situação desconhecida ou, vice-versa, muito conhecida e a natureza pessoal não está inclinada à abertura, mas à rejeição.
O indivíduo que tem medo de assumir um compromisso normalmente exibe traços de personalidade distintos, como os seguintes:
- Ele é incapaz de tomar decisões pessoais, porque tem muito medo de mudar e de sair da zona de conforto que criou.
- É duro, ele quer isso tudo está sob controlecaso contrário, ativa mecanismos de defesa ou alarme.
- Dificilmente expressa seus sentimentos, nunca quer aprofundar um assunto importante, falar sobre o que sente ou pensa sobre algo ou alguém; isso resulta em má comunicação com o ambiente circundante.
- Ele se sente tão inseguro que não consegue tolerar que os outros sejam "melhores", por isso, muitas vezes fala mal ou tem um conceito errado dos outros, querendo se convencer de que eles não são tão maravilhosos quanto todos os vêem.
- É provável que ele tenha tido um trauma na infância ou adolescência, como o abandono de um dos pais, a morte de um ente querido, uma educação muito sufocante, muito rígida ou permissiva, ser deixado para trás por um parceiro etc.
- São pessoas muito atraentes e grandes conquistadoras. O contraditório é que procuram um parceiro estável para se sentirem protegidos, mesmo não conseguindo lidar com a situação. Em determinado momento, o medo do compromisso toma conta.
- Justifique medos ou inseguranças de diferentes maneiras, mas nunca fale sobre o que eles realmente sentem. A pessoa que tem medo de compromisso não assume a responsabilidade e não aceita seus sentimentos, então tentará romper o relacionamento para recuperar a suposta “estabilidade” e assim escapar dessa mudança em sua bolha.
Como lidar com o medo do compromisso?
- Admitir que você tem um limite emocional para trabalhar. Avalie as necessidades reais e saia da zona de conforto para melhorar. Ter uma boa autoestima é essencial.
- Superando o medo enfrentando-o. Uma frase muito verdadeira de Jiddu Krishnamurtu diz “faça o que você teme e o medo morrerá”. Existem várias estratégias que você pode seguir para fazer isso, mas a mais comum é não evitar o que causa medo, pois fugir não resolve os problemas.
- Introduzir mudanças graduais para ajudar a mente a se ajustar a eles antes de prosseguir para o próximo passo; desta forma, você terá controle sobre a situação, embora com variações mínimas. O cérebro pode ser treinado como qualquer músculo do corpo.
- Aumentar a autoconfiança: valorizar e reconhecer positivamente as próprias habilidades, bem como os limites, que não são ruins, pois podemos aprender com eles.
- Expresso eu sentimentos, ainda que pouco a pouco, e recebê-los de forma positiva do outro lado. Assim, as tensões são reduzidas e a pessoa fica mais relaxada. Pode ser difícil no começo, então uma boa ideia é anotá-las.
- confiança: é a chave para qualquer relacionamento. Se alguém traiu nossa confiança no passado, não significa que sempre será assim. Para que o relacionamento seja baseado na confiança, a comunicação é essencial.