Albert Einstein já dizia que inteligência e intuição devem sempre andar de mãos dadas. O psicólogo Gerd Gigerenzer, diretor do Instituto Max Planck, ressalta que a pessoa intuitiva sempre fará a diferença em nossa sociedade.
Escrito e verificado pelo psicólogo GetPersonalGrowth.
Última atualização: 18 de fevereiro de 2022
Quando a inteligência e a intuição trabalham em harmonia, somos capazes de dar o nosso melhor. Ao combinar esses dois elementos, historicamente conseguimos resolver problemas de forma mais eficaz. De fato, é precisamente quando essas duas qualidades são combinadas que tomamos as melhores decisões, porque somos capazes de usar a razão e os sentimentos com o equilíbrio certo.
Dito isso, uma atitude muito comum é conceber conceitos como inteligência e intuição como dimensões opostas.. É igualmente comum entender a inteligência como esse modo de funcionamento altamente racional, lógico e até analítico, enquanto a intuição é muitas vezes associada a um substrato não científico e, às vezes, até esotérico.
Nada está mais longe da realidade. Livros famosos como Num piscar de olhos. O Poder Secreto do Pensamento Intuitivo de Malcolm Gladwell ou os Pensamentos Lentos e Rápidos de Daniel Kahneman nos encorajam a descobrir como essas dimensões funcionam. Precisamos começar a pensar melhor e, para isso, não é necessário passar horas ou mesmo dias deliberando sobre nossas decisões; em vez disso, devemos tentar nos conectar com nossa voz interior.
Albert Einstein disse que a mente intuitiva é um dom sagrado, enquanto a mente racional é seu servo fiel. No entanto, nossa sociedade valoriza mais o servo ao negligenciar - se não esquecer completamente - nosso presente.
É tempo, portanto, de começar a entender que ambas as esferas devem sempre trabalhar em harmonia, só assim passaremos do mundo da inteligência para o reino da sabedoria.
Inteligência e intuição: o conhecimento autêntico à nossa disposição
Para entender melhor a ligação entre inteligência e intuição, daremos um exemplo. Vamos pensar em um médico, um bom profissional, que de repente tem um paciente com sintomas inusitados. Ele decide, por um momento, aplicar o senso lógico e tenta deduzir objetivamente de que doença a pessoa está sofrendo.
No entanto, ele também opta por confiar na intuição, aquele sentido que deriva da experiência, de sua bagagem pessoal e de seu olhar clínico. Ele sabe que por meio dessa voz interior pode reagir mais rápido, mas é sempre melhor usar as duas esferas: a razão e a intuição, a inteligência e as suspeitas que surgem da longa experiência profissional.
Todos devemos dominar ambos os padrões de pensamento. A mente racional e a mente intuitiva se apoiam e sempre saímos vitoriosos quando trabalham em harmonia. Se usarmos apenas um, limitaremos nosso verdadeiro potencial, pois quem se deixa guiar apenas pela intuição pode fazer um curso presencial não uma, mas dez vezes.
Por outro lado, aqueles que optam por calar o que conhecemos como instinto ou mesmo sexto sentido eles cortam as pernas de sua própria inteligência. Vamos ver o porquê.
A intuição é um guia, não um oráculo
Costumamos equiparar o termo intuição a uma espécie de oráculo. Como se emergisse de nós uma voz profética capaz de revelar o que fazer e o que não fazer a cada momento. A verdade é que essa dimensão do pensamento não funciona assim. Um interessante estudo realizado na Universidade de Elizabethtown, nos Estados Unidos, pelo Dr. Jean Preatz, destaca um aspecto relevante.
Quase 90% dos enfermeiros usam sua intuição ao tomar decisões diárias no trabalho. Fazem isso porque sabem que essa área funciona como uma estrutura de ação. Em outras palavras, é o instinto que nos diz o que merece nossa atenção e o que não merece, o que poderia ser um pouco mais correto e o que não merece.
Inteligência e intuição, um ato de coragem e autoconfiança
Gerd Gigerenzer, diretor do Instituto Max Planck para o Desenvolvimento Humano, é um dos principais psicólogos no estudo da tomada de decisão. Para ele, inteligência e intuição constituem o exercício diário capaz de nos colocar em situações vantajosas.
Conforme explicado em seu livro Decisões Intuitivas. Ao escolher sem pensar muito, as pessoas inteligentes ouvem sua intuição, suas emoções e seus pressentimentos. Além disso, se há algo que esse psicólogo alemão aprendeu durante sua vida de pesquisador, é que sentimentos merecem pelo menos um pouco de nossa atenção. Quando eles aparecem, eles não devem ser descartados ou invalidados instantaneamente.
Ouvi-los é um ato de coragem e autoconfiança. Porque quando a voz da intuição chega, de alguma forma, ela sempre nos confronta com um desafio. Sussurre certas direções, orientações e caminhos. Todas essas informações devem ser avaliadas e passadas pelo filtro da razão; só assim descobriremos as opções mais adequadas para nós.
conclusão
Como Albert Einstein apontou, em nossa sociedade moderna e atual, o intelecto é valorizado acima de qualquer outra dimensão. Diante disso, as qualidades mais valorizadas são o raciocínio lógico, a dedução, a análise, etc. De fato, até desenvolvemos testes padronizados para avaliar o QI e saber até onde podemos ir.
No entanto, relegamos a um canto esquecido uma dimensão quase essencial que, na realidade, usamos todos os dias: a intuição. É isso que nos ajuda a decidir rapidamente, que nos orienta e nos permite reagir aos desafios diários. Saber usá-lo, ouvi-lo e certificar-se de que está sempre em perfeita harmonia com a inteligência, nos permitirá decidir melhor e responder com eficácia. Devemos ousar, use a inteligência e a intuição e entre no reino da sabedoria.