As técnicas de falar em público baseiam-se principalmente na respiração profunda, no treinamento de auto-instrução e no desenvolvimento de habilidades verbais, não verbais e vocais.
Última atualização: 23 de julho de 2020
Programas terapêuticos focados em adquirir a habilidade de falar em público e evitar o medo do palco são desenvolvidos a partir de múltiplos fatores, que são melhor trabalhados em conjunto. A ansiedade costuma ser a resposta mais frequente nesses casos. Neste artigo vamos nos concentrar em 3 técnicas para falar em público.
Esses programas trabalham os aspectos fisiológicos, cognitivos e motores por meio de respiração profunda, treinamento de autoinstrução e desenvolvimento de habilidades verbais, não verbais e vocais.
Tanto a respiração profunda quanto a autoinstrução são técnicas de exposição para o componente motor. As técnicas de respiração ajudam a combater o efeito da ansiedade e facilitam a fala. Por outro lado, as técnicas de autoinstrução consistem em introduzir mudanças nas autoverbalizações.
Dessa forma, os níveis de autocontrole aumentam e o comportamento se torna mais adaptativo. A terceira técnica concentra-se na desenvolvimento de habilidades verbais que aumentam a confiança e a auto-estima. Abaixo, chegaremos ao cerne dessas técnicas para falar em público.
3 técnicas para falar em público
Respiração controlada
É importante treinar e controlar a respiração diafragmática naturalmente. É uma respiração que, além de diminuir os níveis de ansiedade, permite que o falante tenha mais reservas de ar ao falar e faça a voz ir longe.
Por sua vez, isso lhe dá mais autoconfiança. A respiração torácica (até os pulmões) aumenta o estresse. Ao contrário, a respiração diafragmática promove a resposta parassimpática e o relaxamento.
Essa respiração, também chamada de respiração profunda, traz mais ar para a parte inferior dos pulmões. Esta é uma área de alta capacidade, razão pela qual garante uma melhor oxigenação e limpeza dos pulmões.
A respiração controlada não é uma técnica difícil, mas é aconselhável aprendê-la com um terapeuta especializado, para evitar erros e tirar o máximo proveito dela.
Treinamento de autoeducação Meichenbaum
Este método consiste na introdução gradual de autoverbalizações, verbalizações internas, pensamentos e autoinstruções. Essa mudança no diálogo interno afeta o indivíduo modificando seu comportamento.
Foi concebido na década de 60 pelo Dr. Donald Meichenbaum para crianças agressivas e hiperativas. Meichenbaum baseou-se nos estudos de Vygotsky e Piaget sobre a importância da linguagem no controle do comportamento motor. Mais tarde provou ser um método extremamente útil na resolução de problemas gerais.
Ao modelar seus pensamentos por meio de autoverbalizações, você pode mudar seu diálogo interno e manter seu comportamento sob controle ao falar em público.
Este método consiste em cinco passos. Nos dois primeiros, o terapeuta atua como modelo a ser imitado; nas outras três fases é o indivíduo que pratica as auto-instruções, primeiro em voz alta, depois bem baixinho (mascarado) e, por fim, as auto-verbalizações tornam-se pensamentos ou auto-instruções mascaradas.
Técnicas de falar em público: habilidades verbais, não verbais e vocais
Falar em público exige gestão de recursos linguísticos adequados, bem como uma boa estruturação das ideias a serem expostas e um registro apropriado. Treinar essas habilidades dá ao orador a confiança e a auto-estima necessárias.
Da mesma forma, a linguagem não verbal é uma ótima ferramenta de comunicação. Da expressão facial aos movimentos corporais, do contato visual à gestão dos espaços físicos. Refinar sua linguagem corporal é a chave para superar seu medo de falar em público.
Aprender a gerenciar a voz é outro ponto-chave. É tão importante que o ser humano tende inconscientemente a relacionar a voz com a personalidade.
Os elementos vocais mais importantes a serem trabalhados são tom, entonação, ênfase, velocidade, ritmo, projeção e ressonância. A voz é o elemento que reafirma ou destrói a primeira impressão do falante.
É extremamente importante que os elementos verbais, não verbais e vocais estão em harmonia entre si e transmitir equilíbrio. O que você vê e o que você ouve deve ser consistente.
"O tom e a qualidade da voz podem determinar a eficácia da mensagem e a credibilidade do comunicador."
-Albert Mehrabian, Professor Emérito de Psicologia, UCLA-