Diversas incertezas nos colocam diante de situações para as quais não há controle e nem possibilidade de previsão.
Última atualização: 18 de fevereiro de 2022
O psicólogo Paul KJ Han classificou as incertezas em três tipos com base nos critérios de probabilidade, ambiguidade e complexidade. Essa é uma contribuição interessante, pois tendemos a falar quase sempre da incerteza como tal, mas não especificamos as formas que ela assume nas diversas circunstâncias.
Cada tipo de incerteza se relaciona com a fonte ou causa desse estado. É claro que a incerteza nem sempre se deve ao mesmo fator. Em geral, trata-se de uma condição em que não há certeza sobre o desenvolvimento ou consequências de um evento, mas isso pode ocorrer por diversos motivos.
As incertezas são uma parte inevitável da vida de qualquer pessoa. Também se essa falta de controle pode causar inquietação ou mesmo ansiedade, a verdade é que está presente em quase tudo o que fazemos, mesmo que às vezes façamos de conta que não.
“Não procure respostas agora que você não consegue entender porque você não está pronto para vivê-las. A chave é viver tudo isso. Viva as perguntas. Talvez um dia você encontre a resposta, aos poucos e sem perceber”.
-Rainer Maria Rilke-
As incertezas da vida
1. Incerteza devido à probabilidade
O primeiro tipo de incerteza é chamado de "incerteza sobre a probabilidade". Refere-se à eventualidade em que não é possível avaliar o nível de risco de uma situação ou decisão. Isso geralmente depende das muitas variáveis envolvidas, por isso é impossível prever as consequências e os resultados.
Um exemplo desse tipo de incerteza pode ser uma doença grave. Há informações sobre a patologia e também um prognóstico geral, mas não há certeza sobre como o organismo pode reagir ao tratamento. Tampouco está definido como se desenvolverá.
Na maioria das vezes nos deixamos guiar pelo preconceito otimista. Ou seja, tendemos a supor que possíveis efeitos negativos não ocorrerão, mesmo que não haja base real para essa afirmação. Nessas situações, é importante considerar também possíveis cenários negativos.
2. Incerteza devido à ambiguidade
O segundo tipo de incerteza de acordo com Paul KJ Han é devido à ambiguidade. Corresponde aos casos em que sim dúvidas sobre o desenvolvimento ou efeitos de uma situação ou decisão porque você não tem informações confiáveis. O que está disponível é incompleto, confuso ou não totalmente confiável.
Uma situação típica neste caso seria o uso de um medicamento experimental. Não há certeza sobre sua eficácia, nem informações totalmente corroboradas sobre possíveis efeitos colaterais. Ao fazer uma estimativa de risco, isso pode variar significativamente.
Em uma situação como esta, o ideal é reunir o máximo de informações possível de uma variedade de fontes confiáveis. Assim, é possível reduzir a margem de incerteza e tomar uma decisão mais informada.
Da mesma forma, é importante calcular melhor os riscos e pesar os benefícios. Um risco muito alto ou um benefício muito baixo fazem a balança pender para a passividade.
3. Incerteza devido à complexidade
O terceiro e último tipo de incerteza é aquele devido à complexidade. Nesses casos há um problema que é difícil de entender, porque a situação é nova ou incomum.
Um exemplo comum seria danos no computador. De repente, um programa falha e as correções esperadas são aplicadas, mas não é suficiente. Outro exemplo exemplar é a crise de 2020. Uma situação tão nova e inesperada abalou o mundo inteiro e por vários meses nenhuma ação clara foi tomada.
Conclusões sobre incertezas
Em primeiro lugar, é importante manter a calma. Tomar a distância emocional necessária de situações que são fonte de incerteza é muito útil poder vê-los em perspectiva.
Também precisamos nos acostumar com a ideia de que a solução não será imediata e que será importante investigar e coletar informações sobre ela.
Incertezas, independentemente do tipo, causam certo grau de desconforto porque nós, humanos, somos propensos a “jogar pelo seguro”, mesmo que não seja realmente possível. Uma abordagem inteligente é aceitar a inevitabilidade dos eventos e aprender a gerenciá-los.