A raiva aparece quando algo parece injusto, ofensivo ou inaceitável para nós. Às vezes, isso nos leva a reagir violentamente. Vale a pena aprender a gerenciá-lo para evitar que ele assuma o controle.
Última atualização: 20 de junho de 2022
Na maioria das vezes, descontamos nossa raiva nas pessoas mais próximas a nós, que por sua vez são geralmente as que mais amamos. Sem surpresa, parceiros, filhos, irmãos e amigos recebem toda a carga emocional que vem com a raiva intensa, embora não dependa deles. Como se livrar da raiva e evitar situações desagradáveis?
A raiva é uma emoção válida e absolutamente necessária, como qualquer outra. Seu objetivo é nos ajudar a estabelecer limites quando não gostamos de algo e pedir indenização pelos danos causados.
No entanto, como acontece com outras emoções, se quisermos jogar a nosso favor, devemos aprender a gerenciá-lo com inteligência.
Por que e como sentimos raiva?
Vários fatores podem causar raiva: sentir medo, frustração, desamparo ou pensar que está sendo tratado injustamente. No geral, está associado a eventos que percebemos como ameaçadores porque acreditamos que eles minam nossa liberdade pessoal e nossos valores morais.
A intensidade com que ocorre pode variar. Às vezes pode ser experimentado como uma irritação moderada, outras como uma fúria explosiva e incontrolável. Neste último caso, pode facilmente levar a agressões: insultos, portas batidas, gritos e até espancamentos.
Quando a raiva toma conta, corremos o risco de recorrer à violência impulsiva e involuntariamente. Nesse ponto, é comum dizer para si mesmo “não acredito que gritei com ele assim” ou “não sei o que aconteceu comigo, não consegui controlar minhas palavras”.
É comum que a raiva extrema seja acompanhada por alterações fisiológicas, como aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, vermelhidão da pele e tensão muscular.
Basicamente, nos transformamos no Hulk, um personagem fictício que reflete perfeitamente como a raiva acumulada leva a reações intensas e descontroladas. Lembre-se de que sua intensidade é diretamente proporcional aos níveis de raiva sentidos.
Como se livrar da raiva
A raiva tem vários tons. Em seu livro Inteligência Emocional (1995), Daniel Goleman menciona quatorze formas de vivenciá-la: acrimônia, dor, animosidade, raiva, exasperação, aborrecimento, fúria, hostilidade, indignação, irritabilidade, ódio patológico, ressentimento, indignação e violência.
Como podemos ver, é uma emoção complexa que pode assumir diferentes tonalidades. Isto mostra É importante aprender a liberá-lo de maneira saudávelcaso contrário, pode prejudicar a saúde mental e os relacionamentos. Nas linhas a seguir, explicamos como fazer isso.
1. Descubra crenças debaixo do tapete da raiva
Detectar a natureza de nossa raiva é o primeiro passo que devemos dar para nos libertarmos dela.
É importante considerar o que fizemos no passado, o que fazemos hoje e o que tendemos a nos comportar quando estamos com raiva, mas acima de tudo identificar quais crenças a mantêm viva.
Albert Ellis (2007) lista as quatro ideias irracionais que levam a maioria das pessoas a acreditar em sua raiva.
- "É terrível que existam pessoas que me tratam tão injustamente."
- "Não suporto ser tratado assim."
- "Sob nenhuma circunstância eles devem se comportar assim comigo."
- "São pessoas más que não merecem uma vida boa e devem ser punidas."
Como podemos ver são ideias extremas que erram pelo lado da generalização excessiva. Por exemplo, uma pessoa que machuca ou irrita é certamente uma pessoa má. Estamos realmente certos?
2. Desmonte as crenças irracionais que sustentam a raiva
Através da reestruturação cognitiva, somos capazes de detectar pensamentos e crenças disfuncionais para substituí-los por outros mais funcionais e adaptativos.
Nas palavras de Albert Ellis (2007), “podemos mudar radicalmente nossas ideias que promovem a raiva”.
Por sua vez, a orientação de um psicólogo pode ser de grande ajuda na aquisição de ferramentas de gestão emocional e regulação do pavio curto, reduzindo assim as reações impulsivas.
"É assim que os seres humanos são feitos: nos comportamos de acordo com nossos pensamentos e pensamos de acordo com nossos comportamentos".
-Albert Ellis-
3. Gerenciamento gradual para se livrar da raiva
Emoções são energia. Se os acumularmos por muito tempo sem externalizá-los, teremos uma sobrecarga de energia dentro de nós.
É compreensível tentar reprimir a raiva, porque desde a infância nos dizem que expressá-la é errado. Além disso, a raiva não tem uma boa reputação do ponto de vista cultural.
A verdade é que quando algo nos parece injusto, nos sentimos frustrados, mais cedo ou mais tarde a tensão acumulada vai explodir. Quanto mais tempo o segurarmos, mais forte ele será ejetado assim que permitirmos.
Portanto, é necessário assumir sua gestão enquanto detectamos sua escalada de intensidade. Se canalizarmos a tempo, é mais fácil evitar reações violentas.
4. Técnicas de relaxamento para se livrar da raiva
Quando a raiva já está conosco, é hora de combatê-la. No auge da tensão, podemos recorrer a técnicas de relaxamento e respiração, como o relaxamento muscular progressivo de Jacobson.
Da mesma forma, todas as técnicas sugeridas pela atenção plena são valiosas para regular nossas emoções. Praticar esportes, ioga ou outras formas de meditação, dançar e cantar também pode ajudar a evitar explosões de raiva.
São estratégias que nos ajudam a ter mais controle sobre nós mesmos, permitindo-nos levar a mente e o corpo a estados mais calmos e serenos.