Não poder chorar: por quê?

Não poder chorar: por quê?

Não poder chorar: por quê?

Escrito e verificado pelo psicólogo GetPersonalGrowth.

Última atualização: 25 de julho de 2022

Não poder chorar é mais comum do que pensamos. Há muitas pessoas que depois de um luto, por exemplo, não conseguem desabafar sua dor através do choro. Chorar faz parte da dor e é essencial para superar infortúnios e traumas; um alívio fisiológico com o qual liberar a tensão e o estresse.



As pessoas que não choram muitas vezes tendem a acreditar que têm uma personalidade fria e impassível. Uma espécie de alexitimia pela qual você não apenas é incapaz de entender suas emoções, mas também de expressá-las verbalmente.

No entanto, os dois nem sempre estão relacionados. As lágrimas são mais do que apenas água salgada, elas eliminam conflitos e até liberam produtos químicos tóxicos.

Devemos, portanto, compreender um primeiro aspecto: não poder chorar não é sinônimo de frieza, na verdade responde a um bloqueio, uma dimensão psicológica que pode depender de um fundo emocional complexo e até de uma depressão oculta.

"Por que não posso chorar?" é uma das dúvidas mais comuns. Muitas vezes é devido a um bloqueio emocional.

Não poder chorar, por quê?

O primeiro passo é descartar distúrbios fisiológicos. Muitas vezes, baixa energia, falta de motivação, desconforto e insônia podem causar doenças da tireóide. Antes de assumir que a depressão é a razão pela qual você não pode chorar, é melhor procurar atendimento médico.

A necessidade de chorar faz parte do alívio emocional, bem como uma forma de canalizar o estresse e a tensão. Mas o que acontece se sentimos esse desejo, mas o choro não se manifesta?


Não há mais razão para chorar do que não poder chorar.


-Sêneca-

Doenças auto-imunes

É interessante saber que existem pessoas que não podem chorar devido a uma doença. Eles não reprimem seus sentimentos, mas a causa é fisiológica.

Especificamente, uma doença autoimune que causa olhos secos, tornando quase impossível produzir lágrimas. Referimo-nos à síndrome de Sjögren.

Os primeiros sintomas desta patologia aparecem por volta dos 35 ou 40 anos. Da mesma forma, é comum que apareça com outras doenças autoimunes, como lúpus ou artrite reumatóide.

Lágrimas como parte do luto

Devemos deixar claro que nem todas as pessoas são iguais nem lidam com os problemas da mesma forma. Todo mundo tem diferentes tempos de reação e processa sua realidade de uma determinada maneira.

Haverá aqueles que desabafam suas emoções de forma rápida e espontânea e aqueles que, por outro lado, precisarão de mais tempo. Não há nada de patológico em alguém que começa a lamentar mais tarde, naqueles que, por caráter ou educação, são mais relutantes em derramar lágrimas.

Mais cedo ou mais tarde isso vai acontecer, muitas vezes é preciso um estímulo para facilitar a reação mencionada. Pode ser uma fotografia, uma música, uma paisagem, uma situação específica, etc.

Se sentimos ansiedade ou incerteza e ainda não racionalizamos a situação, as lágrimas podem não aparecer. Mas isso vai depender de cada pessoa.

Personalidades sensíveis muitas vezes recorrem ao choro como um mecanismo de alívio adequado. Perfis com mais necessidade de autocontrole ou uma simples necessidade de racionalizar todos os aspectos de sua vida levarão mais tempo.


Dissemos no início: as lágrimas não são apenas água salgada. Eles contêm diferentes produtos químicos e vários hormônios que serão liberados no devido tempo.


Não poder chorar e não sentir nada: depressão melancólica

Em alguns casos não é possível chorar porque, em geral, a pessoa não ouve nada. Há indivíduos incapazes de sentir alegria ou tristeza, nada atrai seu interesse e a vida é pouco mais que um tecido desprovido de cor, forma e textura. Estão suspensos no limbo do nada, da mais absoluta neutralidade emocional.

A que se deve este estado? Na maioria dos casos é uma depressão profunda. Uma condição muito séria que requer atenção psicológica e tratamento medicamentoso. Nesses casos, o cérebro é deficiente em neurotransmissores como dopamina ou serotonina.

Há também outro fato importante que não podemos ignorar. Às vezes, quando declaramos que não podemos chorar, não significa que chegamos a um ponto em que não sentimos nada.

Na realidade é o contrário: ouvimos e sentimos demais. Esse excesso resulta em um bloqueio absoluto, em uma desconexão em que o mundo e nós mesmos parecemos desacelerados.

Não poder chorar: a função social das lágrimas

Além dos fatores já listados, outro elemento pode ser decisivo: pressão social e a ideia de que as lágrimas são sinônimo de fragilidade pessoal.

Chorar não significa ser fraco ou vulnerável. Às vezes, as lágrimas são tão necessárias quanto respirar e são uma parte indispensável de qualquer luto. Temos que pagá-los para se sentirem melhor.

No entanto, a educação e a contexto pessoal e/ou social pode incutir em nós a ideia de que é melhor sofrer em silêncio. Não seja fraco, pareça forte. Um erro que pode causar sérios problemas de saúde a longo prazo. Feridas emocionais que podem se transformar em lesões internas.


Não vale a pena. As lágrimas e a necessidade de chorar fazem parte da nossa personalidade, há quem demonstre certa facilidade em deixá-los ir.


As lágrimas fazem parte de um ciclo para o qual é essencial saber identificar as emoções sentidas, saber ouvir. Eles podem não vir quando mais precisamos deles e nos fazem sentir estranhos. Com tudo o que está acontecendo comigo... como é que eu não consigo chorar?

Dicas para superar o bloqueio emocional

Se você não conseguiu desabafar suas emoções através das lágrimas, as estratégias que apresentamos abaixo podem ajudá-lo.

1. Sinta conscientemente o bloqueio

A primeira recomendação é a de tente se conectar com seu corpo e sentir conscientemente o bloqueio emocional.

Para fazer isso, encontre um lugar tranquilo, acomode-se, feche os olhos e comece a tomar consciência das tensões físicas. A meditação é uma ótima ferramenta para atingir esse objetivo.

2. Fale em voz alta

Pode parecer muito simples, mas falar livremente sobre o que nos preocupa ou entristece pode ser um grande desafio, principalmente para pessoas reservadas. No entanto, com a prática é possível aperfeiçoar essa habilidade.

Falar sobre o que nos aflige é uma forma de trazer à consciência emoções bloqueadas. Muitas vezes não sabemos até que ponto uma situação está nos afligindo até que ousamos expressá-la em voz alta.

Essa atividade pode ser feita na frente do espelho, com uma pessoa de confiança ou com um psicoterapeuta. Independentemente da situação escolhida, a escuta ativa deve ser incentivada.

3. Assista a filmes em movimento

Outra maneira de superar o bloqueio emocional é assistir a filmes comoventes. Tenha em mente que nem todo mundo está chorando com os mesmos filmes, então encontre um que fale sobre uma situação semelhante à sua para que você possa se identificar mais facilmente com os personagens.

conclusões

Aconselhamos não se preocupar se chorar parece impossível, as lágrimas virão no devido tempo. No momento mais inesperado, quando você está relaxado, mais consciente e aceita a situação. Só então as lágrimas oferecerão um alívio real.

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