De acordo com a filosofia budista, existem três emoções que alteram o equilíbrio pessoal: ansiedade, lira e ignorância. Daniel Goleman fala sobre isso em seu livro "Emoções Destrutivas", no qual também relata suas conversas com o Dalai Lama.
Escrito e verificado pelo psicólogo GetPersonalGrowth.
Última atualização: 15 de novembro de 2021
Emoções Destrutivas é um dos livros mais fascinantes de Daniel Goleman. Neste texto, o autor revela que quando o Dalai Lama se juntou a ele e a um pequeno grupo de cientistas e filósofos no topo do Mind Life Institute, o mundo estava prestes a mudar.
Apenas alguns meses depois, de fato, teriam ocorrido os ataques de 11 de setembro em Nova York. Este livro é fruto de todas as conversas com o líder espiritual, mas também do que aconteceu depois.
Nesse encontro, surgiu a questão de por que os seres humanos são capazes de realizar ações violentas ou por que pessoas aparentemente inteligentes e racionais são capazes de realizar comportamentos destrutivos.
Psicólogos, psiquiatras, sociólogos e analistas especialistas em comportamento humano trouxeram à tona a educação, o contexto de pertencimento, a personalidade; mas também citaram fatores sociais, mas também genéticos e cognitivos.
Por seu lado, o Dalai Lama se concentrou em um aspecto que interessava particularmente a Daniel Goleman: emoções destrutivas; aqueles que muitas vezes se baseiam em meros impulsos e trazem à tona o que há de pior em nós.
Enquanto da psicologia podemos aprender a perceber essas realidades como "emoções negativas", o budismo as rotula como kleshas ou aflições, elementos desestabilizadores que envenenam a mente.
Emoções perturbadoras e relações tóxicas têm sido reconhecidas como fatores de risco que promovem o aparecimento de certas doenças.
-Daniel Goleman-
O que são emoções destrutivas?
A primeira pergunta que pode vir à mente é: existem emoções realmente destrutivas? A psicologia das emoções muitas vezes nos lembra que não existem emoções negativas.
Todos eles têm um propósito, e é por isso que não é justo supor que eles sejam divididos em positivos e negativos. Por exemplo, o medo é uma garantia de sobrevivência; a tristeza nos habita em períodos de introspecção para nos induzir a aceitar certas realidades e mudar outras.
Esses estados, adversos e de difícil aceitação pelo ser humano, são fundamentais para nossa conduta e também para nossa sobrevivência. Então… com que propósito Daniel Goleman escreveu o livro Emoções Destrutivas?
livro de goleman best-seller no campo da inteligência emocional se enquadra no âmbito da prática espiritual. Especificamente, é baseado no ponto de vista do Dalai Lama.
É por isso que Goleman distingue a perspectiva ocidental sobre as emoções e a perspectiva mais filosófica e menos científica do budismo que, no entanto, nos oferece um ponto de vista valioso.
Durante conversas com o Dalai Lama (2001), muitas das mentes mais racionais do Ocidente renderam-se à abordagem do líder tibetano. E eles fizeram isso por vários motivos.
Emoções adversas: estados mentais que afetam nossas palavras e ações
A filosofia budista nos diz que as fontes mais comuns de sofrimento e infelicidade resultam em uma série de emoções adversas que nos mergulham no niilismo, na ignorância e no materialismo.
Segundo o Dalai Lama, trata-se de estados mentais que distorcem nosso diálogo interior, a forma como nos comunicamos com os outros e também o nosso comportamento. Mas o que, então, são essas emoções tão desfavoráveis de acordo com o budismo?
- Odiar.
- Raiva.
- Frustração.
- Raiva.
- Ansiedade.
- Ciúmes.
- Orgulho.
- Inveja.
- Desejo entendido como apego.
Do ponto de vista científico, as afirmações do Dalai Lama não são tão incorretas se levarmos em conta um aspecto. Na verdade, existem emoções destrutivas no sentido mais literal da palavra. A raiva e a ansiedade em geral são particularmente prejudiciais.
De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Sydney, o risco de ataque cardíaco aumenta 8,5 vezes nas duas horas seguintes a um surto de raiva descontrolado e intenso. Elemento a ter em conta.
Kleshas, os venenos da mente e os quatro antídotos
A curiosidade da psicologia em relação ao budismo e para sua filosofia não é novo. De fato, na década de 60, começou esse diálogo entre o budismo e as ciências ocidentais.
Estudos como os de Erich Fromm e Carl Gustav Jung embarcaram nesse caminho que mais adiante levaria às reuniões do Dalai Lama com figuras como Daniel Goleman, Pau Ekman, Richard J. Davidson e Matthieu Ricard, etc.
Nesse espaço de conexão e aprendizado, foram realizadas reflexões sobre conceitos como maldade, sofrimento e felicidade. Um aspecto interessante que o budismo defende é a existência de "antídotos" para os kleshas, para aquelas emoções destrutivas que envenenam nossa mente:
- Amor generoso (maitri; byams pa).
- Compassione (karuna; snying rje).
- Allegria empática (mudita; dga'ba).
- Umiltà (upeksha; btang snyom).
Os benefícios da meditação
Para a filosofia budista, a meditação é uma prática comum para treinar a mente e alcançar um estado de calma, maior equilíbrio e valorização do momento presente.
O estudo conduzido pelo Dr. Richard Davidson da Universidade de Wisconsin-Madison demonstra os grandes benefícios desta prática.
Este estudo de pesquisa durou mais de trinta anos e destacou a forma como meditação promove neuroplasticidade e gera mudanças positivas em nosso cérebro. Ajuda a combater o stress, promove uma maior atenção, criatividade e gestão emocional.
Tanto que o próprio Daniel Goleman não hesitou em dedicar mais de um livro ao assunto, como o publicado há dois anos, The Power of Meditation.
Emoções destrutivas: conclusões
As emoções destrutivas são estados psicológicos que limitam o nosso potencial, daí o nosso bem-estar. Além disso, eles podem trazer o pior de nós.
Tanto o budismo quanto a psicologia moderna concordam em um aspecto: o controle de nossos impulsos, dessas tempestades psicológicas, está em nossas mãos. Temos recursos para isso.