Há quase 30 anos, foi cientificamente identificado um elemento gasoso produzido pelo corpo que relaxa os músculos vasculares, dilata os vasos sanguíneos e, consequentemente, aumenta o fluxo sanguíneo e a oxigenação. Desde então, mais de 30.000 artigos científicos foram publicados reconhecendo o papel fundamental do óxido nítrico na vasodilatação e comunicação celular [1].
O que é óxido nítrico?
O Óxido Nítrico (NO) ou Monóxido de Nitrogênio é um gás que pode ser produzido naturalmente pelo organismo por meio de enzimas específicas, chamadas de NO-sintase, a partir do aminoácido Arginina.
Benefícios do óxido nítrico
O efeito vasodilatador do óxido nítrico é de extrema importância para os atletas - principalmente os fisiculturistas - já que um aumento no fornecimento de oxigênio e nutrientes aos músculos resulta na possibilidade de treinar por mais tempo e de forma mais eficaz.
Durante a atividade física, o débito cardíaco aumenta e o fluxo sanguíneo se redistribui em benefício das fibras musculares. Conforme você treina, seus músculos esgotam suas reservas de oxigênio. Na falta de oxigênio, o corpo passa a produzir ácido lático, o que vai causar fadiga muscular, a ponto de ter que terminar o treino.
O óxido nítrico reduz a quantidade de ácido láctico produzida durante o treinamento, prolongando o tempo de exaustão muscular. Além disso, ao acelerar o fornecimento de oxigênio e nutrientes aos músculos estressados, o óxido nítrico melhora a capacidade de exercício e o desempenho esportivo.
Finalmente, a capacidade do óxido nítrico de acelerar a remoção da amônia gerada como resíduo durante o exercício e de aumentar a absorção de glicose pelas células está documentada [3].
Suplementos de óxido nítrico
Os principais componentes dos suplementos destinados a aumentar a produção natural de óxido nítrico são a arginina e a citrulina. Ambos os aminoácidos são conhecidos como precursores do óxido nítrico e sua integração induz um aumento no nível de óxido nítrico no sangue.
Pesquisas destacam o papel da arginina na redução dos níveis sanguíneos de amônia e ácido lático produzidos durante o exercício [4], estendendo o tempo que leva até a falência muscular. Tomada em conjunto com a glutamina e os BCAAs, a arginina melhora a eficiência do treinamento, aumentando a capacidade de transporte de oxigênio do sangue [5].
Para os fisiculturistas, um dos efeitos mais importantes da suplementação com arginina é sua capacidade de estimular a produção do hormônio do crescimento (GH). A pesquisa mostra que os níveis de GH em repouso aumentam quando a L-Arginina é combinada com exercícios [6,7]. Isso se deve principalmente à capacidade da arginina de suprimir a secreção de somatostatina: um hormônio que, em vez disso, inibe a produção de GH [8]. Como se sabe, o hormônio do crescimento estimula o crescimento das células e dos tecidos, sendo, portanto, essencial para o aumento da massa muscular.
Portanto, é claro que os benefícios da arginina vão muito além da simples capacidade de promover a síntese de óxido nítrico. Como mostram os estudos citados, a arginina tem um efeito direto no crescimento muscular.
Citrulina - outro aminoácido - tem uma taxa de absorção mais alta do que a arginina e, portanto, é capaz de restaurar com eficiência a produção de óxido nítrico. É particularmente útil quando o corpo tem disponibilidade limitada de arginina [9].
conclusão
Agora está claro o mecanismo pelo qual os suplementos de óxido nítrico são úteis para atletas e fisiculturistas: esses suplementos favorecem a vasodilatação e, portanto, o fornecimento de nutrientes preciosos às células musculares, conseqüentemente aumentando o desempenho esportivo. O efeito 'pump' destes suplementos é uma sensação muito apreciada por quem frequenta regularmente os ginásios.
A Arginina e a Citrulina são dois ingredientes com eficácia comprovada que promovem o aumento da produção de óxido nítrico. Eles também podem ter uma influência direta no crescimento muscular em alguns casos. Formas altamente biodisponíveis desses dois aminoácidos são citrulina malato e arginina alfa cetoglutarato.
Bibliografia
[1] - British Journal of Pharmacology. Janeiro de 2006; 147 Suplemento 1: S193-201 [2] - Journal of Cardiovascular Pharmacology. Dezembro de 1999; 34 (6): 879-86 [3] - Molecular and Cellular Biochemistry. Agosto de 2004; 263 (1-2): 29-34 [4] - International Journal of Sports Medicine. Agosto de 2002; 23 (6): 403-7 [5] - Journal of Nutrition. Fevereiro de 2006; 136 (2): 538S-543S [6] - Opinião Atual em Nutrição Clínica e Cuidados Metabólicos. Janeiro de 2008; 11 (1): 50-4 [7] - Journal of Strength & Conditioning Research. 2010 Apr; 24 (4): 1082-90 [8] - Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism. Dezembro de 1988; 67 (6): 1186-9 [9] - Journal of Parenteral and Enteral Nutrition. 2008 Jul-Ago; 32 (4): 377-83