Vocês são pensadores excessivos ou profundos? Há uma clara diferença entre uma abordagem e outra. Falamos sobre isso neste artigo.
Última atualização: 03 de junho de 2022
Pensador profundo e excessivo: há diferença entre esses dois tipos de pensamento? Sim, muito, mas a maioria de nós oscila entre os dois em mais de uma ocasião. A mente pensante é uma fábrica que nunca fecha ou para e muitas vezes não funciona da maneira mais ideal e eficiente.
Passamos muito tempo dentro de nossas cabeças. Vamos pensar no que fizemos ontem, hoje e no que faremos amanhã. Perdemo-nos nos labirintos das decisões que devemos tomar, nos sonhos que queremos realizar e também naqueles pensamentos “lixo” que carecem de utilidade ou sentido.
Quase sem perceber, caímos na abordagem cognitiva da ruminação, aquela que esgota, frustra, leva horas e não leva a lugar nenhum. O que é pior, intensifica o sofrimento psicológico.
Como cultivar uma abordagem mental mais saudável então e positivo para a jornada de nossa vida? Falamos sobre isso nas linhas a seguir.
“A inteligência não é apenas a capacidade de raciocinar; é também a capacidade de encontrar material relevante na memória e de desdobrar a atenção quando necessário”.
-Daniel Kahneman-
Pensador profundo e excessivo: características
Pensar profundamente nos permite calibrar melhor a bússola de nossas decisões tomar o caminho mais adequado. Por outro lado, pensar demais nos imobiliza e nos esgota mentalmente. É óbvio que a estratégia cognitiva mais saudável e adequada é aquela relacionada ao pensamento profundo, lento, deliberado e analítico.
No entanto, e aí vem o problema, não o usamos tanto quanto deveríamos. Tendemos a analisar e responder à maioria das situações a partir de uma abordagem mental rápida, intuitiva e subconsciente. A vida passa muito rápido e é preciso agir rapidamente diante de cada estímulo.
No entanto, quando surge um desafio ou problema, ficamos presos. É então que a máquina de ruminação se liga, centrifugando os pensamentos, regurgitando-os e mastigando-os novamente. Nesses casos não é fácil aplicar uma perspectiva mental mais reflexiva e econômica, capaz de saber quando parar e parar de reforçar ideias irracionais e inúteis.
Todos nós podemos ser pensadores profundos e pensadores excessivos. No entanto, você precisa promover o primeiro e verificar o último. Vamos ver como.
Pensar demais nos deixa doentes: estratégias para evitá-lo
Cada um de nós passou por experiências difíceis e tem sido muito difícil deixar de alimentar certos pensamentos. Ninguém está isento de ser um pensador excessivo, e isso ocorre porque as emoções negativas intensificam essa tendência.
A Dra. Susan Nolen Hoeksema foi uma das grandes especialistas no campo da ruminação. Em um de seus estudos, ele nos contou como pensamento excessivo nos leva à depressão em muitos casos.
Também é frequentemente o gatilho para distúrbios alimentares e outros problemas de saúde mental. Como você pode evitá-lo? Como gerenciar essa abordagem cognitiva?
- Esteja ciente de que pensar demais e ruminar não resolve os problemas.
- Pare de lutar contra os pensamentos. Se os reprimimos, eles aumentam o volume de sua voz. Vamos aceitá-los, torná-los presentes, mas não os valorizemos. Eles estão lá e não podemos escondê-los ou negá-los, mas eles fazem barulho, são inúteis.
- Economize: vamos tentar não pensar tanto, portanto selecionamos apenas pensamentos e ideias úteis. Descartamos aqueles que causam preocupação e ansiedade.
- O pensador profundo e excessivo diferem em um aspecto. O primeiro pensa que está conseguindo alguma coisa, o segundo que está piorando seu humor.
Pensador profundo e excessivo: a arte de encontrar soluções
O pensador profundo é aquele que raciocina e analisa variáveis qualitativamente diferentes, obtém conclusões valiosas e pode atuar sobre os problemas que o cercam.
Ele é capaz de entrar em contato com as emoções para regulá-las, conectar-se com suas necessidades e oferecer várias respostas para o mesmo problema.
Que dimensões diferenciam o pensador profundo e o pensador excessivo? Que estratégias devemos desenvolver para promover essa primeira abordagem mais saudável?
- Pratique a autorreflexão e a resolução de problemas.
- Analisar padrões de pensamento para avaliar se são úteis ou não.
- Concentre-se no aqui e agora. O ontem não conta mais, o amanhã ainda não existe.
- Administre as emoções para não ficar preso em obsessões, medos e pensamentos irracionais.
- Pensar profundamente envolve aplicar um certo otimismo e a crença de que existem várias maneiras de resolver um determinado problema.
- Confrontar para levar outras perspectivas em consideração. Isso nos ajuda a relativizar problemas, ampliar nossa atenção e reduzir o estresse.
Pensador profundo e excessivo: quem sou eu?
A maioria de nós pensa demais, por que o cérebro tem uma tendência quase inata de se concentrar no negativo, problemas, ameaças ambientais. Ele não se importa se estamos felizes ou não, ele só quer que sobrevivamos e, portanto, nos preocupa quase continuamente. Mas se preocupar demais quase nunca ajuda.
Diante desses mecanismos quase instintivos, só há uma opção: desenvolver uma abordagem mais consciente e racional. Precisamos pensar melhor, mais devagar e com mais deliberação, com maior significado e propósito, fazendo planos e concebendo dez soluções para cada desafio.
Isso exige empenho e empenho diário, mas sempre valerá a pena. Cuidemos do que acontece em nossa mente, porque tudo o que acontece naquele espaço... Determina nossa vida.