Personalidades controladoras e possessivas: quando o único caminho é a imposição

Personalidades controladoras e possessivas: quando o único caminho é a imposição

As personalidades controladoras são fáceis de reconhecer quando recorrem à coerção, mas se usarem técnicas de manipulação mais complexas, as coisas ficam complicadas. Às vezes o controle pode ser muito sutil e se esconde por trás de uma piada, uma dica, uma dica ou até mesmo um pedido de ajuda. Também é difícil identificar os sinais de que estamos caindo em relacionamentos possessivos.

O controle, entretanto, é uma faca de dois gumes. Ele tira o oxigênio psicológico daqueles que são controlados e se torna uma obsessão louca para aqueles que controlam.



Como é a personalidade controladora?

As personalidades controladoras são aquelas que precisam que as pessoas ao seu redor se comportem de determinada maneira. Eles não respeitam a individualidade e as barreiras psicológicas que todos nós colocamos porque pensam que só existe uma maneira correta de fazer as coisas: a deles.

  1. Pensamento dicotômico

Para controlar as personalidades, aqueles que não pensam ou agem como elas estão simplesmente errados. Essas pessoas geralmente pensam em termos de "tudo ou nada", as coisas são boas ou más, elas estão certas ou erradas, sem termos intermediários. Como resultado, eles frequentemente julgam e criticam duramente qualquer coisa que não corresponda à sua visão de mundo.

  1. Rigidez mental

Devido ao pensamento dicotômico, as pessoas que controlam não aceitam que os outros possam ter opiniões e maneiras diferentes de fazer as coisas. Essas pessoas têm uma perspectiva limitada e profundamente egocêntrica que as impede de ver as situações de uma perspectiva diferente. É como se estivessem sempre se movendo com antolhos, com os olhos fixos em um ponto, sem perceber a enorme variedade que existe no mundo ao seu redor.


  1. Regras inflexíveis

As personalidades controladoras costumam ter muitas regras, que dão sentido e ordem ao seu mundo, dando-lhes uma sensação de segurança. Mas o problema é que eles esperam que outros sigam essas mesmas regras. Eles insistem que os outros sigam suas regras e que suas prioridades se tornem as dos outros.


  1. Fraca inteligência emocional

Pessoas possessivas não desenvolveram sua inteligência emocional. Como resultado, quando alguém não faz as coisas do jeito dela, eles tendem a ficar aborrecidos, frustrados ou com raiva. Muitas vezes expressam essas emoções sem qualquer restrição, reclamando e culpando o outro.

  1. Atitude paternalista

Muitas personalidades controladores estão convencidas de que estão fazendo bem ao outro. Eles assumem uma atitude paternalista, oferecendo-se para tomar a decisão por ele ou dizer-lhe o que fazer. Se a pessoa não segue suas regras, é normal culpá-la e fazê-la se sentir mal, estratégia para se reafirmar como ponto de referência e criar uma relação viciante, para que da próxima vez a pessoa lhe dê atenção .

  1. Leitura de pensamentos

As pessoas dominantes freqüentemente "lêem as mentes" dos outros. Eles acreditam que podem conhecer a essência do outro melhor do que a própria pessoa e sabem o que é melhor para eles. Eles acham que podem tomar as melhores decisões um pelo outro, mesmo que sejam incapazes de se colocar no lugar dele. Na verdade, é normal que quando uma pessoa tenta comunicar um problema a ela, ela o interrompa para explicar qual é o seu problema "real" e assim lhe oferecer a única solução.


  1. Má percepção do controle exercido

Talvez um dos detalhes mais interessantes da psicologia da pessoa controladora é que ela geralmente não tem consciência de quanto controle tenta exercer sobre os outros. Como essa pessoa não aceita que as coisas possam ser feitas de outra forma, ela nem mesmo concebe a discordância e, portanto, não considera que ela está controlando, mas que está apenas direcionando a pessoa no caminho certo.

Por que a personalidade controladora se desenvolve?

Alguns estilos parentais tendem a encorajar uma personalidade controladora. No cerne dessas relações possessivas entre pais e filhos está uma profunda falta de harmonia. A personalidade possessiva se desenvolve quando:


- O amor recebido na infância foi condicionado aos resultados. Quando crianças, essas pessoas não eram amadas até que atendessem às expectativas dos pais, uma forma de controle sutil que continuam a aplicar em seus relacionamentos à medida que crescem.

- Os resultados foram mais importantes do que esforço e relacionamento. Essas pessoas cresceram com a mensagem de que o que realizavam e produziam era mais importante do que quem eram ou os relacionamentos que estabeleceram com outras pessoas. Como resultado, eles aprenderam a se concentrar na eficiência, mesmo que isso signifique atropelar os direitos dos outros.

- Um anexo inseguro foi gerado, de tal forma que a pessoa sente uma necessidade profunda de atenção e carinho, mas também um medo profundo de perder os dois, então ela exerce o controle como forma de vincular esse amor a si mesma.


Em um sentido geral, o medo da incerteza muitas vezes se esconde por trás da personalidade controladora. Essa pessoa busca segurança por meio das regras e do controle que procura impor. Ele não aceita de bom grado as mudanças e incertezas da vida, mas antes elas geram ansiedade e ela tenta amenizá-la controlando tudo o que pode. Portanto, ele tem uma sensação ilusória de controle que lhe dá calma e tranquilidade.

Essa obsessão com o controle também pode ser devido a baixa auto-estima. Nesses casos, a pessoa controladora tenta disfarçá-lo exercendo controle sobre os outros. E como ele não aceita que não tem controle sobre sua vida, ele transfere essa frustração para os outros, tornando-se dominante e controlador.

Mas a personalidade controladora também pode ser o resultado de uma perda severa no passado. Geralmente acontece quando os pais perdem um filho e culpam um ao outro pelo que aconteceu, então, para evitar que a tragédia aconteça novamente, eles se tornam excessivamente controladores com a outra criança. Também ocorre quando há infidelidade na relação do casal, caso em que costuma se desenvolver relacionamentos possessivos, devido ao medo de perder o novo parceiro.


O problema é que as pessoas controladoras não percebem que o amor possessivo acaba por asfixiar psicologicamente os que estão ao seu redor, obtendo o resultado oposto ao desejado: o abandono.

Como suavizar uma personalidade controladora?

Pessoas possessivas e controladoras freqüentemente têm muitos problemas em seus relacionamentos, tanto românticos e familiares, profissionais e de amizade. É importante ter em mente que um relacionamento possessivo não é um relacionamento saudável e equilibrado, mas degenera em vício. Amor genuíno é aquele que respeita o outro e o deixa livre para tomar suas próprias decisões.

Se você tem uma personalidade controladora, é importante que se lembre desta frase de Giogio Nardone: "o excesso de controle leva à perda de controle". Aprender a:

- Relaxe sua concentração. Não faça exigências excessivas e não espere decidir pelo outro. Use menos o imperativo e só dê conselhos quando solicitado. Essa abordagem irá enriquecer o relacionamento, mostrando à outra pessoa que você a respeita.

- Incentive a cooperação. Relacionamentos são dar e receber, uma colaboração em que as duas partes têm algo a dizer e contribuir. Ao tentar impor seus pontos de vista e suas maneiras de fazer, você anula a riqueza e o potencial da pessoa ao seu lado.

- Encontre a fonte de sua insegurança. Para parar de verificar, é importante entender de onde vem essa necessidade. Talvez você esteja projetando sua insegurança nos outros? Um trauma passado gerado por uma perda? Um pai excessivamente controlador ou pais emocionalmente negligentes?

Como lidar com o controle de pessoas?

Lidar com uma pessoa controladora não é fácil, especialmente quando se trata de relacionamentos íntimos. Porém, devemos ter em mente que ninguém pode nos controlar sem a nossa permissão, isso significa que, de certa forma, somos "cúmplices" dessa manipulação. Maya Angelou escreveu: "Você não pode controlar tudo o que acontece com você, mas pode escolher que isso não o enfraqueça".

Portanto, é importante estar ciente de que controle não é amor. Quando as pessoas nos controlam, elas “inventam” nossa realidade para que possamos ver o mundo através de seus olhos. Eles não nos respeitam como somos. Eles querem nos mudar, nos tornar diferentes, mais parecidos com eles ou com a imagem que têm de você. As pessoas controladoras querem que nos adaptemos à sua realidade, independentemente dessa realidade ser errada ou simplesmente não ser a mais adequada para nós.

Você deve definir limites e não permitir que pessoas controladoras os excedam. Agradeça-lhes o "conselho" e diga-lhes que você fará o que for melhor para você. Não deixe que eles pressionem seus pontos sensíveis para fazer você se sentir culpado. Lembre-se de que os erros fazem parte do aprendizado. Talvez sua maneira de fazer as coisas não seja perfeita, mas é sua e você pode aprimorá-la à medida que amadurece. Não deixe que outros decidam por você.

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