Auto-ódio: pessoas que se odeiam

Auto-ódio: pessoas que se odeiam

Por trás do autodesprezo e da autodepreciação, muitas vezes estão os traumas de infância e a afeição doentia recebida no passado. Ninguém deve se ver como o pior dos inimigos ou alguém que não merece ser amado.

Auto-ódio: pessoas que se odeiam

Escrito e verificado pelo psicólogo GetPersonalGrowth.

Última atualização: 15 de novembro de 2021

O ódio a si mesmo é o verme que arruína tudo, a voz interior que envenena e extingue potenciais, valores e oportunidades. As pessoas que se odeiam projetam o mesmo desconforto nos outros, às vezes procurando alguém para culpar por seus fracassos, responsável por sua infelicidade e prisioneiro de seus sentimentos negativos.



A verdade é que é muito ruim viver com ódio de si mesmo. É como dividir um apartamento com um inquilino chato, alguém que você não gosta e não tolera. É uma realidade muitas vezes vivida em silêncio e fruto de uma má experiência ou uma auto-estima excessivamente baixa.

Há quem, por exemplo, veja os dias passarem no sentimento de culpa pelos arrependimentos, pelos acontecimentos ocorridos e que estão na origem desse ódio contra si mesmo. Outros, porém, nem sabem o motivo desse autodesprezo, a constante rejeição e autossabotagem que esmaga e extingue todo equilíbrio psicológico. Compreender a causa raiz e as formas de lidar com essa teia de desconforto pode nos ajudar.

O ódio a nós mesmos geralmente vem da maneira como fomos tratados no passado. A falta de afeto e reconhecimento faz com que nos sintamos indignos até do amor próprio.

O que é auto-ódio?

O autodesprezo é uma das realidades psicológicas mais problemáticas. É um estado em que a pessoa integra e reforça sentimentos de inadequação, culpa, baixa autoestima, autovisão negativa e alto desprezo.



A mente é incapaz de ver quaisquer traços potenciais e positivos. A ponto de qualquer resultado ou sucesso ser atribuído ao acaso.

A pessoa se sente vulnerável e esse sentimento muitas vezes a faz agir na defensiva em relação aos outros. Ele é incapaz de estabelecer relações sociais e emocionais satisfatórias. Ela é desconfiada, sente-se indigna de ser amada e muitas vezes exibe atitudes hostis em relação aos outros.

Quais são as causas desse ódio a si mesmo?

Por que uma pessoa deveria se odiar? Que razão há para um ser humano se ver como seu pior inimigo? Na verdade, essa situação é mais comum do que você pensa e tem vários gatilhos.

O peso dos arrependimentos

Oportunidades perdidas. Comportamentos que tiveram consequências negativas. Arrependimento por não ser mais corajoso ou por não agir de forma diferente.

O auto-ódio muitas vezes vem daqueles experiências de vida das quais não nos orgulhamos e que estão gravadas em nosso ser. Longe de enfrentá-los, tratá-los e curá-los, nós os deixamos lá, latentes, como feridas abertas que não ousamos curar.

Baixa autoestima: o preço a pagar por não se amar

O ódio a si mesmo é a ferida psicológica de quem se ama mal, de quem vive com baixa autoestima. Nada cresce na mente quando não há amor por si mesmo, quando apenas a negatividade e o ódio a si mesmo reinam.

Crescer em um ambiente familiar incapacitante, crítico e autoritário também orquestra essa autodepreciação negativa. Nem podemos deixar de fora traumas de infância, um gatilho comum que reforça o autodesprezo.


O autodesprezo brota através da crítica interna

O ódio a si mesmo é estudado há décadas no campo da psicologia. Um exemplo é o estudo realizado pela Universidade de Chicago pelo Dr. Louis Paul na década de 70. Naquele momento você já sabia que a pessoa que se odeia reforça um diálogo interior tão crítico quanto exaustivo.


É uma voz interior que julga a pessoa, limita seu potencial, ele a culpa por cada erro e age como um eco que repete para ela a cada momento que não vale nada.

Vivemos muito mal neste universo mental ocupado por uma voz tirânica e despótica. O diálogo interior que não faz nada além de nos desqualificar e antecipar erros e fracassos alimenta o ódio a si mesmo.


Como parar de se desprezar?

Teremos que conviver com nós mesmos por toda a vida, então por que não começar a nos tratar melhor? O ódio a si mesmo e a tendência a se alimentar de desconforto levam mais cedo ou mais tarde ansiedade e até mesmo automutilação ou transtornos depressivos. O meio ambiente também é afetado.

Porque quem se desvaloriza muitas vezes descarrega sua frustração nos outros, porque quando você sente a raiva e o peso da baixa autoestima, você não consegue dar o melhor de si. O que podemos fazer nessas circunstâncias?

Desenvolva um diálogo compassivo

Um interessante trabalho de pesquisa realizado pelo Dr. Nele Stinckens da Universidade de Lovaina (Bélgica) fala de uma terapia voltada para a autoavaliação. Consiste em permitir que a pessoa domine seu diálogo interior.

É preciso aprender a identificar as ideias incapacitantes, as críticas internas e aquela voz crítica e negativa para transformá-la em um discurso mais compassivo. Para começar a nos amar um pouco mais, devemos sempre ser capazes de falar com nós mesmos com carinho, respeito e compaixão.


Superar o ódio a si mesmo requer estabelecer novas metas pessoais

Muitas vezes alimentamos os mesmos comportamentos e estilos de vida que reforçam nosso desconforto. Para melhorar nossa visão e autovalorização, é sempre prudente fazer mudanças.

Definir novos objetivos e alcançá-los melhora a autoestima. Conhecer novas pessoas traz novas perspectivas e novas formas de nos vermos.

Pequenas variações na vida cotidiana podem promover transformações valiosas que fortalecem a autoestima. E este é o melhor lugar para começar.

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