Alguns sentimentos são inevitáveis para o ser humano. Neste artigo, vamos revelar uma série de dicas de inspiração budista para lidar com a raiva.
Última atualização: 01 de maio de 2020
Os budistas pensam que lidar com a raiva requer treinamento preciso. Para fazer isso corretamente, você precisa adotar certas atitudes e virtudes que valem a pena desenvolver. Ao fazer isso, esse sentimento negativo não causará consequências graves nem se tornará uma força autodestrutiva para nós e para os outros.
Claro, todo mundo fica com raiva e isso é normal. O problema é que nem sempre sabemos lidar com a raiva corretamente, sem ferir os outros e a nós mesmos. Não esqueçamos que, às vezes, alguns minutos de raiva podem mudar uma vida inteira.
“A mente é tudo. O que você pensa, você se torna."
Buda
No budismo, a meditação é inerente como forma de alcançar maior autocontrole e autoconsciência. Da mesma forma, existem alguns princípios que, juntamente com a meditação, permitirão que você lide com a raiva da melhor maneira possível. Neste artigo apresentamos sete deles. Não perca eles!
Lidando com a raiva graças aos 7 preceitos do Buda
1. Aceitação, um eixo para lidar com a raiva
O budismo enfatiza que a melhor maneira de começar a lidar com a raiva é aceitar que lamentamos fazê-lo. Parece um truísmo, mas muitas pessoas dão nomes diferentes à raiva. Eles tentam suavizar ou inventar porque tentar faz com que se sintam envergonhados.
Nenhuma emoção é inerentemente negativa ou positiva. O negativo ou o positivo depende de como administramos o que nos acontece e o que sentimos. O ser humano está sujeito a vivenciar todo tipo de sentimentos, o importante é reconhecê-los e aceitá-los.
2. Sejam heróis
Se diante da raiva a única coisa que podemos fazer é explodir e liberar nossos impulsos, isso significa que ainda estamos fracos demais para lidar com isso. Somente espíritos fortes, heróis, são capazes de gerenciá-lo e controlá-lo totalmente. Eles sabem que quem deixa a raiva sair do controle tende a gerar novos males.
O herói nunca reage e aproveita o poder da paciência. Ele não se deixa levar pelo instinto, mas espera, escolhe a calma mental para não se tornar prisioneiro de seus próprios impulsos. Nós simplesmente nos damos o tempo que precisamos para sermos capazes de responder às situações de forma inteligente.
3 Realismo
A raiva é uma emoção que põe em perigo e ameaça a saúde física e mental. Ele não é um aliado, mas pelo contrário um verdadeiro inimigo. No entanto, muitas vezes cometemos o erro de considerá-lo positivo, como algo que lhe permite reafirmar o seu ego e libertar o que sente por dentro. Mas esse não é o caso.
Você não precisa se deixar levar por essa miragem. Da mesma forma, é possível que a mesma raiva o leve a exagerar a situação. É por isso que é importante ser realista, confiar apenas no que você vê e ouve. A situação é tão ruim assim? A pessoa que nos provocou realmente fez isso de propósito? Está realmente tentando nos prejudicar? Evitamos comportamentos destrutivos, porque eles nos afastam do nosso objetivo. Isso é chegar a uma solução.
4. Observação para lidar com a raiva
A auto-observação é uma maneira muito útil de lidar com a raiva. Antes de reagir, é bom parar um pouco para explorar o que está acontecendo em nosso corpo. Como está nossa respiração? Por que nossos músculos estão tensos? Temos dor de estômago?
Da mesma forma, é importante explorar nossas ideias. Em vez de pensar na outra pessoa ou na situação que está causando desconforto, vamos nos concentrar em nós mesmos. Este exercício de observação tem um grande poder que permite lidar com a raiva e reduzi-la.
5. Aprenda com o inimigo
O budismo recomenda cuidar, proteger e preservar a saúde do inimigo. Pode parecer contraditório no início, mas é uma maneira compassiva e inteligente de lidar com a raiva. A pergunta que devemos nos fazer é: "O que posso aprender com essa pessoa, objeto ou situação que me causa raiva?".
É importante estar disposto a ceder. Pensar que nem somos possuidores da verdade, nem os outros necessariamente devem concordar conosco. Vamos tentar encontrar a validade do que cria oposição a nós. Certamente, há algo novo, interessante e diferente no outro também.
6. Mantenha a morte em mente
É muito comum encontrar pessoas com experiências de quase morte que mudaram sua perspectiva de vida. Isso acontece porque essas situações mostram grosseiramente que tudo acaba, sem nenhum apelo. Por isso, não vale a pena desperdiçar o pouco tempo de sua existência.
Uma boa ideia seria nos perguntarmos quão importante seria uma pessoa ou situação se fosse o último dia de nossa vida. Vale mesmo a pena passar as horas restantes nessa situação, nesse sentimento ou nessa pessoa?
7. Seminários
Segundo os budistas, e o bom senso, geralmente colhemos o que plantamos. Somos, portanto, responsáveis por nossos sofrimentos. Se semearmos raiva, colheremos raiva. Se iniciarmos um ciclo de violência, mais cedo ou mais tarde, acabaremos sendo vítimas direta ou indiretamente.
Precisamos cuidar da maneira como reagimos, pensar em nosso bem-estar e estar cientes das implicações que vêm com isso.. Fazer tudo isso quando você está com raiva é impossível. A coisa mais apropriada a fazer, portanto, é permitir-se uma margem para refletir.
Todos esses princípios do budismo são perfeitos para lidar com a raiva. Acima de tudo, eles tentam nos lembrar que agir impulsivamente quase sempre leva a consequências negativas. É nossa mente que deve dirigir nossas ações, em vez disso, evitamos que as ações condicionem a mente.