O lado negro da inteligência emocional

O lado negro da inteligência emocional

A inteligência emocional é um conceito relativamente moderno. Estudado e apreciado desde os últimos anos, hoje queremos investigar seu lado mais sombrio.

O lado negro da inteligência emocional

Última atualização: 18 de fevereiro de 2022

O conceito de inteligência emocional foi cunhado em 1990 por Salovey e Mayer, embora tenha se tornado popular mais tarde graças ao livro do autor Daniel Goleman. Essa habilidade foi reconhecida por várias disciplinas como uma habilidade crucial para alcançar o sucesso em vários níveis, do acadêmico e profissional ao pessoal. Mas também convidamos você a descobrir o lado sombrio da inteligência emocional.



O livro de Goleman tornou-se um marco no estudo desse conceito. Devagar, a inteligência emocional tornou-se tema de debate e foco de inúmeros estudos e pesquisas. Até a UNESCO, em 2002, incluiu-o no programa educacional de 140 países como um elemento-chave da aprendizagem emocional. No entanto, há um lado sombrio da inteligência emocional sobre o qual nem todo mundo está falando. Vamos descobrir mais!

O que é inteligência emocional?

As primeiras definições de "inteligência" referiam-se a habilidades puramente cognitivas, deixando de lado a esfera das emoções. Só mais tarde essa abordagem começou a ser questionada, dando origem a inúmeras teorias, inclusive a das inteligências múltiplas. Essa nova teoria classificou a inteligência em diferentes tipos, como matemática, linguística ou emocional.

Assim começou a falar de inteligência intrapessoal, referindo-se à capacidade de conhecer as próprias emoções e seus sentimentos por meio da autoanálise. Foi então que Goleman publicou seu livro apontando para tal habilidade como a inteligência emocional.

O autor define como a capacidade de motivar-se, preservar-se diante de frustrações, controlar impulsos e regular o humor, passando assim a sentir empatia e confiança em relação aos outros.



Elementos

Há oito elementos identificados em referência à teoria de Goleman.

  • Autoconhecimento emocional. Refere-se à capacidade de identificar, conhecer e expressar de forma adequada e confiável os sentimentos e emoções, bem como seus efeitos.
  • Autocontrole emocional. A capacidade de controlar os próprios impulsos.
  • Auto-motivação. É o que permite que você atinja seus objetivos gerenciando adequadamente as emoções.
  • Empatia. É definida como a capacidade de responder adequadamente às necessidades expressas pelos outros, bem como a capacidade de compartilhar seus sentimentos.
  • Relações interpessoais. É a capacidade de se relacionar efetivamente com os outros, fazendo com que se sintam confortáveis ​​e gerando emoções positivas.

Após seu grande sucesso, essa teoria era considerado complementar ao da inteligência tradicional. Hoje é dado como certo que as habilidades emocionais afetam as habilidades adaptativas e cognitivas das pessoas.

O que se sabe sobre essa habilidade?

O entusiasmo pela inteligência emocional como fator de sucesso permitiu a divulgação de hipóteses, modelos e pesquisas na área. É curioso que este conceito tenha se popularizado antes de ser suficientemente conhecido.

Sabia-se, por exemplo, que pessoas com maior inteligência emocional geralmente desfrutam de melhor saúde e estão mais satisfeitas, alcançar maiores marcos de trabalho e ter menos problemas interpessoais.

Assim procedeu-se com a análise dos líderes públicos a quem foi atribuída uma capacidade particular de reconhecer, compreender e gerir as emoções dos outros. Entre eles estava um dos líderes mais influentes do século XNUMX, ninguém menos que Adolf Hitler. Foi assim que surgiu uma linha de pesquisa pouco citada: o lado negro da inteligência emocional.



O lado negro da inteligência emocional

Diz-se que Adolf Hitler tinha uma inteligência emocional muito alta. Mais uma arma para usar para aumentar seu poder, com as consequências desastrosas conhecidas por todos.

Este seria um dos exemplos mais marcantes de como a capacidade de interpretar as emoções, especialmente as dos outros, nem sempre é usada para fins nobres. Precisamente este aspecto tem despertado interesse no campo da pesquisa social.


A inteligência emocional tem sido associada ao narcisismo. Um grupo de pesquisadores austríacos avaliou os níveis de inteligência emocional em 600 pessoas, descobrindo que aqueles que pontuaram mais alto tendiam a "encantar" os outros para ganho pessoal.

Outro estudo de Michigan descobriu que O narcisismo está intimamente relacionado com a capacidade de reconhecer emoções, fator que além de essencial para a empatia, também facilita a manipulação.

Outro estudo feito na Universidade de Toronto revelou que há uma grande chance de que uma pessoa com forte inteligência emocional ridicularize os outros para fins de reconhecimento pessoal. Além disso, dados curiosos obtidos no mesmo estudo mostram que essas pessoas são mais hábeis em reconhecer emoções negativas do que positivas.

O mesmo estudo indica que pessoas com tendências maquiavélicas óbvias, ou trabalhadores dispostos a sabotar os outros para fazer uma carreira, têm níveis mais elevados de inteligência emocional.

Conclusões sobre por que o lado negro da inteligência emocional

A inteligência emocional permite que você reconheça e reflita sobre suas próprias emoções e as dos outros. É uma habilidade importante para garantir o bem-estar, dando às emoções o papel que elas merecem. É crucial para alcançar seus objetivos, pois afeta outras habilidades pessoais.


Apesar disso, não basta ter alta inteligência emocional para fazer o bem a si mesmo e aos outros; direcionar essa habilidade na direção certa depende de outros fatores pessoais, morais e contextuais.

Ser emocionalmente inteligente, portanto, não significa ter uma melhor gestão das emoções, mas sim saber reconhecê-los na melhor das hipóteses e ter que canalizá-los da melhor maneira.

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