uma abordagem ergonômica
Pelo Dr. Giovanni Chetta
Na verdade, estudos mostram que nosso organismo, nosso sistema postural e de equilíbrio, reage ao solo plano criando um hiperlordose lombar ou com arqueamento excessivo na região lombar. Esta hiperlordose lombar está presente em quase toda a população e ocorre principalmente de acordo com dois modelos:
Modelo A: caso clássico de hiperlordose lombar. O arqueamento excessivo ocorre ao longo de toda a coluna lombar, o que consequentemente corresponde a um arqueamento oposto amplo e excessivo no nível dorsal (hipercifose dorsal) e um endireitamento da coluna cervical (esta última é formada como uma reação à hiperlordose cervical, que seria conseqüência de as duas primeiras curvas, mas que não nos permitem olhar para o horizonte, fator primordial para o organismo).
Modelo B: "desaparecimento da lordose lombar". A hiperlordose concentra-se, na verdade, entre as vértebras L5 e S1 (última lombar e primeira sacral), o que consequentemente corresponde a um arqueamento oposto agudo e excessivo no nível dorsal (hipercifose dorsal) e, aqui também, um endireitamento do trato cervical.
Em ambos os casos, normalmente haverá uma posteriorização do centro de gravidade geral do corpo (centro de gravidade) em relação à posição ideal (anterior à terceira vértebra lombar) e resultante dos momentos de força que pesam na última lombar vértebras se apresentarão predominantemente na frente
O principal ator desse mecanismo é o poderoso e profundo músculo psoas. Este poderoso flexor dos membros inferiores (origina-se nos processos transversos, nos corpos vertebrais e nos discos das últimas vértebras torácicas e das vértebras lombares, passa sob o ligamento inguinal e, reunindo-se com o músculo ilíaco, que se origina no toda a face interna da asa ilíaca, inserções no trocânter femoral menor), dependendo da prevalência de suas fibras recrutadas pode levar a: aumento da hiperlordose lombar (prevalência de fibras inferiores), flexão anterior do tronco (prevalência de fibras superiores), flexão lateral e rotação do tronco e pelve (prevalência de um psoas em relação ao contralateral).
A hiperlordose lombar, que vimos ser primária nas alterações posturais, é então compensada de várias maneiras, com base em vários parâmetros, incluindo certamente a composição genética, em todo o corpo. Essas compensações nada mais são do que "forçar" que nosso cérebro, através do sistema postural tônico, seja forçado a solicitar músculos, tendões, ligamentos, cápsulas articulares, articulações, nervos, órgãos, etc., a fim de obter uma postura tanto quanto possível. possível estável em terras que não nos são agradáveis.
No próximo capítulo, será explorado o tema "pé", aspecto fundamental para entender como alterações em todo o corpo podem surgir do solo.
Pé e postura
Il pé representa o ponto fixo no solo sobre o qual repousa todo o peso do corpo. Está na base do sistema de controle antigravitacional (sistema tônico postural) que permite ao homem assumir uma postura ereta e se mover no espaço. O pé é tanto efetor quanto receptor, ou seja, recebe e executa comandos (resposta motora), através dos músculos, e, ao mesmo tempo, interage com o resto do corpo fornecendo informações constantes provenientes dos exteroceptores cutâneos presentes na sua sola e dos proprioceptores de seus músculos, tendões e articulações. Os exteroceptores cutâneos do pé são altamente sensíveis (0,3 g) e representam a interface constante entre o meio ambiente e o sistema de equilíbrio. Na verdade, a informação plantar é a única derivada de um receptor fixo em contato direto com o solo.
O pé, no decorrer deevolução que perdura há cerca de 350 milhões de anos, devido às necessidades decorrentes da assunção da postura ereta e do andar bipodal, adquiriu, como característica humana peculiar e diferencial, a aptidão para o enrijecimento ou coesão intersegmentar. Esta coesão culatra é conseguida pelas formações cápsulo-ligamentares e aponeuróticas às quais se somam as formações musculares com as funções de "ligamentos ativos" e posturais. A preensão preênsil é substituída pela preensão antigravitacional.
O pé é de longe o dispositivo mais válido que o homem possui para controlar o ambiente sujeito à lei da gravidade. A informação genética fornece à estrutura da culatra a modelagem subjacente. A informação ambiental flui para a genética que a memoriza gradualmente ao longo das gerações, aumentando a gênese das prerrogativas antigravitacionais. O fator cultural, entretanto, interfere nesse desenvolvimento alterando as informações ambientais (por exemplo, criando terreno e calçados inadequados) causando um atraso evolutivo.
“A verdade do movimento específico do homem está escondida entre as espirais de uma hélice”. R. Paparella Braid
O pé é um diafragma interposto entre forças externas (ambientais) e internas (musculares), que nele se encontram, contrastam e finalmente se fundem para a afirmação da condição de equilíbrio. O pé é uma estrutura "espacial" capaz de absorver e distribuir forças, em relação aos infinitos planos do espaço.
A estrutura do pé é uma obra-prima única de arquitetura, ou melhor, de biomecânica, com seus 26 ossos, 33 articulações e 20 músculos. Funcionalmente e estruturalmente, é possível dividir o pé em:
- pé traseiro formado pelo tálus e calcâneo, dispositivo central "do controle biomecânico da gravidade;
- antepé formado por escafóide, cubóide, 3 cuneiformes (também chamados de mediopé; o mediopé mais o pé de trás formam o tarso), 5 raios metatarsais (metatarso) e as falanges dos 5 dedos; atua como um "adaptador e reator".
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