Às vezes acontece de conhecer alguém para estabelecer uma conexão mágica e inexplicável. Os diálogos interessantes são uma injeção de endorfinas e serotonina para o nosso cérebro.
Escrito e verificado pelo psicólogo GetPersonalGrowth.
Última atualização: 15 de novembro de 2021
Conversas interessantes geram mudanças no cérebro. Eles são uma injeção direta de serotonina, além de uma ótima maneira de se conectar, experimentar cumplicidade e confiança.
Poucas dinâmicas são mais satisfatórias para o ser humano do que aquele espaço único para criar alianças, aprender, surpreender-se, encontrar alívio e energia.
Judith E. Glaser, antropóloga e especialista em inteligência conversacional, diz que nossos cérebros não falam inglês, espanhol ou francês. O cérebro fala através das emoções, que dão sentido a tudo o que fazemos.
Os diálogos que temos diariamente com as pessoas ao nosso redor podem melhorar nosso bem-estar ou, ao contrário, enfraquecê-lo. Às vezes, enquanto conversamos com alguém, sentimos que estamos desperdiçando energia e que estamos imbuídos de uma certa negatividade.
Por outro lado, o contrário pode acontecer. De repente encontramos alguém e nasce uma conexão imediata: o diálogo flui, o discurso é vivo, espontâneo e temos muitas coisas em comum.
O cérebro adora essas experiências. Ele reage dando-nos endorfinas, oxitocina e serotonina, o estresse desaparece e o mundo de repente adquire um significado transcendente e revelador. Ter conversas interessantes aumenta a qualidade de vida.
"Uma boa conversa deve esgotar o assunto, não os interlocutores."
-Winston Churchill-
Conversas interessantes mudam nossos cérebros
Carl Rogers, um famoso psicólogo humanista, diz que poucas coisas o satisfazem mais do que trazer novas ideias e perspectivas aos pacientes durante a terapia.
Isso só é possível por meio do diálogo e de uma série de elementos-chave que Rogers enquadrou na terapia:aceitação do outro, empatia e autenticidade.
Essas dimensões são essenciais não apenas para se conectar com o seu interlocutor, mas são decisivas para alcançar o progresso e as melhorias clínicas.
Os especialistas em comunicação humana estão bem cientes de que as trocas comunicativas vão além do simples compartilhamento de informações. eue conversas interessantes causam mudanças emocionais de grande intensidade.
Diálogo, uma alquimia neural de sensações e ondas cerebrais
Os diálogos gratificantes em que criamos espaços seguros, em que nos deixamos transportar entre confidências, aprendizados, descobertas e intimidades não acontecem com muita frequência. Mal contamos nos dedos de uma mão as pessoas com quem temos conversas realmente interessantes. Mas quando isso acontece, saímos fortes, cheios de positividade e entusiasmo.
Não é por acaso: essa sensação de bem-estar é resultado de uma fascinante alquimia neural. Esse humor reconfortante é moldado por níveis mais altos de dopamina, oxitocina e endorfinas.
Um estudo realizado no Centro Basco de Cognição, Cérebro e Linguagem (BCBL) indica que durante conversas interessantes nosso cérebro está 'em sincronia' com o do nosso interlocutor.
O que isto significa? Que as pessoas que falam compartilham a mesma sincronia neural para facilitar a conexão. Em outras palavras, as ondas cerebrais estão no mesmo comprimento de onda.
Conversas interessantes criam confiança
A confiança é a cola social. Nosso cérebro é projetado para promover uma aliança com nossos semelhantes, é uma dimensão que devemos sentir e é muito preciosa para nós. No entanto, como todos sabemos, a confiança é conquistada e precisamos de vários sinais para construir esse vínculo.
Conversas interessantes são um recurso útil nesse sentido. Esses diálogos construtivos que temos com um amigo, parceiro, colega nos ajudam a criar o vínculo neural de confiança.
Nesses momentos a ocitocina, o hormônio social por excelência, entra em ação, o que nos faz sentir seguros, relaxados e conectados com quem está à nossa frente.
Diálogos impregnados de entusiasmo e positividade nos transformam
Conversas interessantes também têm outra virtude: são capazes de nos transformar. Essas trocas de informações, emoções, ideias e sensações por meio da fala desencadeiam uma transformação conjunta.
São dinâmicas que permitem descobrir outras perspectivas, espalhar entusiasmo, sabedoria, apoio e confiança. Ninguém sai ileso destes momentos de coesão entre duas ou mais pessoas, dos quais se ganha em termos de desenvolvimento pessoal, mas também de saúde física e psicológica.
conclusões
A neurociência aponta que dois cérebros conectados são melhores que um. Quando passamos tempo com um ente querido, a mente funciona em outro nível. Comunicação diádica ou de casal reduz o estresse, melhora a criatividade, fortalece nossos laços emocionais e sociais e nos enche de entusiasmo.
Por isso, não hesitamos em procurar momentos em nossa vida diária para nos deliciar com conversas interessantes. Nada é mais gratificante do que estabelecer uma conexão com os outros, progredindo juntos e crescendo como seres humanos.
