As habilidades não cognitivas serão fundamentais para o futuro. Criatividade, inteligência emocional, autoconsciência ou habilidades de comunicação serão essenciais.
Última atualização: 22 de junho de 2022
As habilidades não cognitivas definem uma ampla gama de competências como resolução de problemas, conscientização, motivação, perseverança, trabalho em equipe, etc.
Segundo especialistas em psicologia organizacional, essas são competências que serão cruciais no mercado de trabalho e nas transformações sociais que ocorrerão em breve.
A chamada “quarta revolução industrial”, uma era que já começou e que aposta na inovação tecnológica. Em poucos anos precisaremos de trabalhadores altamente qualificados. E não estamos nos referindo apenas a pessoas com bacharelado e mestrado. O futuro pertencerá a quem dominar um bom número de estratégias psicoemocionais, éticas e comportamentais.
Portanto, e embora muitos vejam uma linha algo tênue entre as habilidades cognitivas e não cognitivas, a verdade é que as diferenças são óbvias. Conhecer as competências não cognitivas e introduzi-las nos currículos permitirá formar gerações preparadas para os desafios futuros.
A educação deve se concentrar mais no desenvolvimento inicial de habilidades não cognitivas.
O que são habilidades não cognitivas?
Durante muito tempo, o treinamento foi sinônimo de consolidação de hard skills (conhecimentos teóricos e procedimentais básicos para a realização de uma série de áreas específicas).
Nos últimos anos, no entanto, essa abordagem está mudando à medida que começamos a precisar de outro perfil. Em uma sociedade cada vez mais robótica, mecanizada e digitalizada, ter boas habilidades cognitivas não será suficiente para realizar um determinado trabalho.
Em vez disso, mais recursos transversais serão indispensáveis de acordo com a próxima revolução industrial. As habilidades não cognitivas representam o futuro e consistem em padrões de pensamentos, sentimentos e comportamentos não está relacionado apenas ao contexto de trabalho. São ferramentas da vida (Borghans et al. 2008).
Em resumo, nos referimos a habilidades socioemocionais ou comportamentais que não são traços de personalidade fixos, mas que podemos aprender e desenvolver ao longo do tempo.
O trabalho de pesquisa realizado na Universidade de Pádua destaca que habilidades não cognitivas têm efeitos significativos tanto no desempenho acadêmico quanto no mercado de trabalho. É crucial promovê-los porque permitem alcançar um desenvolvimento cognitivo, emocional e social saudável.
Auto-controle
Autocontrole é a capacidade de controlar a si mesmo, de gerenciar pensamentos, emoções e comportamentos em geral. Isso é possível adotando uma perspectiva global e não apenas levando em consideração o momento presente.
Habilidades não cognitivas: pensamento crítico
Em um mundo cheio de notícias falsas e meias verdades, o pensamento crítico serve como uma tábua de salvação em uma sociedade cada vez mais complexa. Essa abordagem consiste, como apontou o filósofo Francis Bacon, no desejo de buscar, na paciência de duvidar e na disposição de meditar.
O pensamento crítico é uma das melhores habilidades não cognitivas. Define a disposição para discernir entre argumentos grosseiros e brilhantes, entre dados que têm valor e aqueles que não contribuem em nada. Ao fazê-lo, abandonamos preconceitos e estereótipos, bem como falsidades.
Habilidades para resolver problemas
Melhores estratégias de resolução de problemas se traduzem em saúde mental e potencial humano. Agir de forma proativa, ser criativo na busca de soluções, manter a mente aberta e gerenciar o estresse significa ter uma ótima ferramenta de vida ao seu alcance.
Perseverança
Perseverança é a capacidade de permanecer firme no alcance de metas. Essa habilidade, juntamente com a anterior, gera bons resultados na busca de objetivos.
Está diretamente relacionado à autoeficácia: a crença de que uma tarefa pode ser realizada com sucesso.
Habilidades não cognitivas: empatia
Empatia é a capacidade de se colocar no lugar dos outros, reconhecer e sentir suas próprias emoções. É talvez a capacidade não cognitiva mais básica para desenvolver uma sociabilidade saudável orientada para o bem comum.
No entanto, requer compromisso para se desenvolver. As pessoas que não administram bem sua empatia acabam sofrendo de fadiga como resultado da compaixão excessiva ou tomando decisões egoístas para evitar a dor.
Saúde emocional e inteligência emocional
Dentro das habilidades não cognitivas, a saúde e a inteligência emocional são decisivas. Implicam, nem mais nem menos, que saber compreender nossas emoções e as dos outros para agir de acordo.
Saber regular o que sentimos a todo momento e colocar esses estados psicofísicos a nosso favor media nosso sucesso e bem-estar.
Habilidades sociais
De que adianta ter 5 doutorados e um currículo brilhante se não sabemos, por exemplo, como nos comunicar com os outros? As competências sociais permitem-nos integrar, atingir metas, defender nossos direitos, etc. Entre os mais importantes encontramos:
- Assertividade.
- Habilidades de comunicação
- Escuta activa.
- Lidando com a hostilidade.
- Autoafirmação, defesa dos próprios direitos.
- Expressar e receber críticas de forma saudável.
- Aprenda a se desculpar.
- Expressar emoções positivas e negativas.
Motivação para aprender e descobrir
Habilidades não cognitivas não teriam sentido sem motivação. Essa dimensão psicológica orienta o ser humano e inclui áreas como curiosidade, paixão, estabelecimento de hábitos, vontade de aprender e descobrir, capacidade de se aperfeiçoar e muito tempo e assim por diante.
Habilidades não cognitivas: resiliência
O futuro reserva grandes desafios que podem causar fracasso, frustração e decepção. Dentro dessa complexidade, nada será tão decisivo quanto ser resiliente e se levantar aprendendo com os erros e de experiências adversas.
Resiliência é ver oportunidade em meio às dificuldades, uma habilidade não cognitiva que todos nós precisamos desenvolver.
Auto estima
A autoestima refere-se a avaliação subjetiva da autoimagem. Isso varia ao longo da vida e tanto fatores externos (sucesso ou fracasso) quanto fatores internos (autopercepção, por exemplo) interagem para modular os níveis de autoestima.
Ética de trabalho e responsabilidade comunitária
Entendemos a ética do trabalho como um valor essencial que melhora a convivência no local de trabalho. Significa aprender a respeitar os colegas, ser responsável, comprometido e honesto.
Da mesma forma, essas habilidades não cognitivas podem aumentar se um compromisso com a sociedade for adquirido.
Este compromisso implica um desejo genuíno de melhorá-lo, contribuir para o seu avanço, buscar a harmonia na comunidade ou na justiça.
Como desenvolver habilidades não cognitivas?
Habilidades não cognitivas também podem ser desenvolvidas ao longo da vida: é uma corrida de longa distância a ser enfrentada conscientemente. Algumas estratégias úteis nesse sentido são:
- No campo educacional, estabelecer assembleias onde os alunos possam expressar sua opinião e propor melhorias em suas aulas.
- Role play: desempenhar um papel em uma situação imaginária. Dessa forma, os comportamentos mais adequados são adotados em cada cenário.
- Técnicas de relaxamento para gerenciamento emocional e foco.
conclusões
Entre as competências para o trabalho e para a vida que devemos promover nas novas gerações estão também essas competências tão necessárias e gratificantes.
Muitos serão capazes de desenvolvê-los e refiná-los ao longo do tempo, mas quanto mais cedo plantarmos essas sementes na mente das crianças, mais cedo formaremos uma sociedade mais capaz, comprometido e brilhante.