Horas e produtividade são dois conceitos que andam de mãos dadas. Cada um de nós tem momentos em que temos um desempenho melhor do que os outros. Indicar os tempos em nível coletivo é mais difícil: o debate é muito acalorado.
Última atualização: 18 de fevereiro de 2022
A hora do dia afeta diretamente nossa produtividade. Trabalhar às 8 da manhã ou 12 horas depois não é a mesma coisa. Da mesma forma, o ser humano apresenta um desempenho diferente quando se vê trabalhando por dias sem descanso. Mas quais são os momentos mais produtivos do dia?
Não podemos fazer generalizações. Os momentos mais produtivos para algumas pessoas podem não ser os mais produtivos para outras. Embora existam padrões mais ou menos comuns a todos os seres humanos, a verdade é que esses padrões também se concretizam através da educação e dos hábitos.
É importante levar em conta o fator tempo para trabalhar de forma mais inteligente, ou seja, de forma a poder fazer mais, investindo menos tempo e esforço. Vamos ver o que se sabe sobre isso.
"Gostaria de ficar na esquina de uma rua movimentada, de chapéu na mão, e implorar às pessoas que joguem fora todas as horas que perderam."
-Bernard Berenson-
Tempos e ciclos
O corpo humano funciona por meio de processos cíclicos. Uma delas, que pode ser considerada a unidade básica, é o ciclo circadiano, que se caracteriza por uma duração de 24 horas. Este ciclo determina uma certa regularidade entre a hora do sono e a hora da vigília, e estabelece picos e quedas na atividade, todos os dias, aproximadamente à mesma hora.
Esses ciclos podem variar de pessoa para pessoa, mas mantêm a mesma lógica. Um "dia circadiano" é composto por blocos de 90 minutos, nos quais você tem maior capacidade de concentração. Pode-se, portanto, dizer que são blocos nos quais se atinge a máxima produtividade.
Esses bloqueios são conhecidos como "ritmos ultradianos" e coincidem com os momentos em que o cérebro tem mais energia. Ao final de cada um desses blocos há um momento de declínio em que nosso nível de produtividade diminui. Eles marcam o momento em que o cérebro precisa de um período de inatividade.
Os momentos mais produtivos do dia
Com base no exposto, o ideal para todos seria poder sincronizar seus ritmos ultradianos com aquelas atividades mais complexas ou que exigem maior concentração. Da mesma forma, combinar as quedas ou momentos menos produtivos com as tarefas mais rotineiras ou que exigem menos esforço intelectual.
Como identificar seus ritmos ultradianos? A única coisa a fazer é monitorar e coletar dados constantemente. Todos nós temos uma ideia mais ou menos clara de quais horas são mais produtivas para nós. No entanto, não basta conhecê-lo: é preciso detalhá-lo com mais precisão.
Uma boa técnica para fazer isso é preencher uma tabela. Você pode traçar uma linha para cada tempo a ser verificado e avaliá-lo em uma escala de 1 a 5, dependendo da concentração que você conseguiu manter durante esse tempo. Depois de anotar esses dados por algumas semanas, você terá uma ideia muito clara de como funcionam seus ritmos ultradianos.
Posteriormente será necessário fazer uma análise dos dados obtidos. Organize as atividades de forma a aproveitar tanto os "picos" de concentração quanto os "mergulhos". Isso ajudará você a aumentar sua produtividade.
Trabalhe menos horas e com mais flexibilidade
Pesquisa realizada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e publicada na revista The Economist revelou um fato chocante. Eles concluíram que quanto mais uma pessoa trabalha, mais sua produtividade diminui.
Esta é uma má notícia para os amantes de padrões clássicos. Ele revela uma verdade que muitos provavelmente já adivinharam: você obtém melhores resultados gastando menos tempo em atividades. No entanto, outro fenômeno também pode ocorrer: se você trabalha menos horas, pode ficar estressado com a ideia de fazer a mesma tarefa em menos tempo.
Após um longo debate sobre o assunto, concluiu-se em parte que comparado com as horas propriamente ditas, o que mais afeta a produtividade são os métodos de trabalho. Uma pessoa pode se tornar muito produtiva se tiver o incentivo certo para ser. Ter uma hora a menos de trabalho por dia pode não ser atraente para ela, mas mais um dia de folga por semana sim.
Atualmente, a maioria dos estados e convenções estão se movendo para reduzir as horas de trabalhotentando fazer deste movimento um incentivo para a produtividade. Por outro lado, muitas empresas já trabalham por metas e não por tempo. Portanto, o trabalhador pode sair assim que completar sua lista de metas. O debate está aberto com uma ideia clara como pano de fundo: trabalhar demais, incansavelmente, não é uma boa ideia para ninguém.