Poder do grupo: delegar responsabilidades

Poder do grupo: delegar responsabilidades

Poder do grupo: delegar responsabilidades

Última atualização: 29 de julho de 2020

Cada um de nós pertence a um grupo com o qual compartilhamos interesses pessoais, profissionais ou outros; é um processo essencial para se sentirem realizados como indivíduos. O poder do grupo nos faz sentir seguros, fortes, bem conosco mesmos, mas também nos condiciona. Quantas vezes nos encontramos em dúvida, mas no final sucumbimos à inércia e à ideia tranquilizadora de que outros agiram da mesma maneira?



O grupo dirige nossos pensamentos e comportamentos. Dentro da socialização secundária, é um dos elementos mais importantes na aprendizagem de normas sociais. O grupo nos ajuda a superar as adversidades, mas também é um escudo que nos protege do mal que nós mesmos às vezes fazemos. O problema surge aqui, quando justificamos nossas ações com “os outros também fizeram isso”.

O poder do grupo nos dá segurança, mas nos condiciona

O grupo e a identidade

Desde o nosso nascimento fazemos parte de uma comunidade: a sociedade. Somos membros de uma comunidade que engloba muitas pessoas. No entanto, quando crescemos, não identificamos nosso grupo com a sociedade como um todo e nos percebemos como indivíduos. Por esta razão, dedicamos parte dos nossos esforços e do nosso tempo à procura de uma referência, alguém com quem nos sintamos à vontade.

O grupo é um elemento importante no desenvolvimento da personalidade e da moral, forja nossa identidade e na adolescência adquire maior importância. Os pais deixam de ser guias e são relegados a um papel secundário. Nesta fase procuramos outras fontes de conhecimento e é no grupo que finalizamos a consolidação da nossa personalidade.

O poder do grupo e a desindividuação

Portanto identidade individual é transformada em identidade de grupo. Não nos percebemos como indivíduos únicos com consciência própria, mas como parte integrante de diferentes grupos. De certa forma, perdemos parte de nossa consciência e nos deixamos levar, em algumas circunstâncias, pelo que os outros estão fazendo. Este é um dos efeitos do poder do grupo.



É, por si só, um inconveniente, pois delegamos o critério e a responsabilidade pelos nossos atos a outros. O problema se torna enorme quando tais atos são antissociais e não respeitam as regras.

A desindividualização surge como uma perda daquela autoconsciência que leva o indivíduo a escapar de sua própria identidade como sujeito. A responsabilidade, portanto, não está vinculada aos atos que realizamos como indivíduos, mas como membros do grupo ao qual pertencemos.

Em outras palavras, a responsabilidade é compartilhada entre todos os membros. "Eu fiz errado, mas os outros também." Dessa forma, a ação perde força e é vista como menos ofensiva, pois as consequências não foram apenas geradas por nós, mas mais pessoas participaram dela.

Esse fenômeno aumenta quando, além de estarmos em grupo, temos o rosto coberto. O anonimato físico dificulta nosso reconhecimento, nos leva a um estado de invisibilidade diante do mundo. A responsabilidade, portanto, é ainda mais diluída e é mais difícil se sentir culpado pelo que fizemos. Afinal, ninguém sabe quem somos.

O poder da situação

O poder da situação explica como mudamos nosso comportamento quando ofuscamos o pensamento individual. O contexto em que nos encontramos orienta nossas reações.

Um exemplo que representa bem esse conceito é o experimento em grupo conduzido por Asch. O teste era fornecer a resposta mais correta para um problema. Dentro do grupo, alguns participantes concordaram e tiveram que dar uma resposta flagrantemente errada. Entre os participantes desavisados, uma alta porcentagem deu a resposta errada embora admitindo que sozinhos eles teriam feito uma escolha diferente.


Isso mostra o quanto é importante o que os outros pensam de nós e como adaptamos nosso comportamento para sermos aceitos pelo grupo. Agimos adaptando-nos ao que os outros esperam de nós. Muitos participantes do experimento sabiam que estavam dando a resposta errada, mas preferiam errar para serem "aceitos".


O grupo faz parte de nós, nos muda e nós mesmos influenciamos os outros. Melhora nossa capacidade de nos relacionarmos, nos permite trocar informações e compartilhar interesses. No entanto, a pressão do grupo dilui, em algumas situações, a percepção de nossas ações negativas. A filosofia que surge é simples "se um cai, todos caímos".

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